domingo, 11 de maio de 2008

Dancing with Marcelo

Bartender da W Lounge, um pequeno paraíso no Parque Rodó



Dançarina no começo da performance arrebatadora. Foto crasse, heim?





Sorrisão de Ticiana, que fotografa a irmã rebolando o bundão no palco






In a corner of the morning in the past
I would sit and blame the master first and last...

... Well, i said hello and i said hello
And i asked “Why not?” and i replied “I don’t know.”

(The Width of a circle – David Bowie)



Tenho acordado com uma ereção involuntária de inverno todas as manhãs. Sorrio ao me deparar com meu nobre rapaz animado, bonito e pronto para a luta. Depois de uma relaxada, encaro numa boa a inexistência de uma batalha em terra estrangeira. Mas é só colocar os pés na rua que o sonho volta a se tornar um pesadelo pela falta de perspectiva que, na maioria das vezes, encaro numa boa.


Às vezes solto um “muito obrigado” em português, que arranca um sorriso de uma bela garçonete. Destilo um brasileirismo por aí para impressionar, mas vejo que o idioma não me leva à uma ascensão nesse império de beldades retraídas e melancólicas.

Umas amigas, que havia conhecido logo que cheguei, me encontraram ontem e disseram que meu espanhol melhorou. Uma chica na boate, sexta-feira, também disse que eu falava muito bem. Tô começando a acreditar nisso, mas não esqueço de recorrer à língua pátria na hora de impressionar. No taxi, motoristas gostam de falar sobre o seu país. Todos gostam daqui. Já tenho cumprimentado tanto homens como mulheres com o famigerado beijo no rosto. As pessoas que sabem que sou brasileiro ficam olhando com um certo cuidado quando já é tarde demais para avisar um “Ei, ele é brasileiro, lá não tem esse papo de beijinho em homem". Relaxa, baby, tô sob às regras da casa.

No apartamento, as garrafas vazias tem se acumulado ao redor do lixo, assim como a pilha de CDs novos tem aumentado. “Soy um vicioso si”, saquei essa depois da chamada de atenção de uma amiga quando disse que sairia para fumar mais um cigarro. Na mesa ao lado do computador, caixinhas de Marlboro vermelho estão espalhadas e sempre existe uma delas cheia.

Arrumo a cama, varro o apê, lavo a louça, levo as roupas na lavanderia e cuido de dar um trato nas minhas cuecas com água e sabão. Existe felicidade em estar vivendo tudo isso novamente.
Faltam três dias para eu voltar ao Brasil. O retorno para cá ainda está em aberto no mês de junho, mas acho que minha etapa no Uruguai já se encerrou nesta temporada. Se não voltar, deixo a certeza de que sei onde fica a minha segunda casa.

Um comentário:

Raphael disse...

Ô Marcelo. A primeira tem meio cara de travecão, hein.. hehehe

Abraços!