quinta-feira, 19 de junho de 2008

Novas cartas marajoaras


Não lembro exatamente quem, mas nesses últimos dias de epopéia em busca de porra nenhuma, alguém me falou algo sobre a “depressão pós-viagem”. Concordei na hora para não criar a antipatia de uma discussão fajuta, mas tentei lembrar quando foi que senti isso ao chegar em casa.

Viagens de um mês – acompanhado de outra pessoa - sempre me fazem querer voltar para contar novidades, dar um tempo do parceiro(a) e se debruçar em copos com os amigos para despejar novidades. Mas agora, depois de dois meses e meio só, a impressão que me deu foi de não ter mais casa. Vontade de me transportar de dentro do carro na Doca de Souza Franco para a Rambla de La República Argentina, trocando o gelo do ar-condicionado pelo gelo do vidro aberto.

Legal é ver a família, os amigos e o sobrinho doidão que já fala tudo. Tem novos cinemas na cidade, isso anima também. Mas agora voltei desempregado e sem namorada. O baque é outro, mas amortecido pelo conforto de um lar que não parece mais meu e no desabafo que saiu de tudo isso chamado Iracundo (depois eu falo mais disso). De qualquer forma, já descobri minha válvula de escape para a realidade sufocante: a estrada.

De qualquer forma, curti esse lance de ter blog. Vou manter o Cartas Uruguaias e pedir pro Doda (autor do layout) mudar o texto que apresenta o site. O nome, criado para dar notícias dos meus dias uruguaios, também é uma homenagem ao conto Novas cartas paraguaias, de Marçal Aquino, do livro O amor e outros objetos pontiagudos.

Um comentário:

Reportagem Vertical disse...

Oi, Marcelo. Tu não vais lembrar de mim, mas estudamos na mesma faculdade de jornalismo. Lembro de ti por conta de um texto sobre um cara que se enforcou pulando de um bloco de gelo. Algo assim. Voc~e parecia não ir muito com a minha cara ou com a minha curiosidade. Seja como for, bacana encontrar teus textos por aqui, gosto deles, mais da ficção do que das impressões do real.
Bem, é isso. Um forte abraço, boa sorte nessa caminhada.
Sindia.