segunda-feira, 20 de abril de 2009

Capitalismo roubou minha virgindade

Não me matei aos 17 e espalhei merda pela literatura e pela TV brasileira. Palmas para mim, eu sou a Fernanda Young.



Não devo entender picas de publicidade. Na verdade, nunca fiz questão. E foi essa a única certeza que tive na vida quando entrei para o curso de Comunicação Social e cursei Relações Públicas por dois anos. Quando me toquei do que era ser um relações públicas, larguei o curso e fiz jornalismo. Não por onde ia minha cabeça, só sabia que não era pela publicidade.


Atualmente ocupo um cargo de redator em uma agência de assessoria e marketing em Belém. Já comecei a entender o funcionamento de uma agência de propaganda, mas ainda assim não consigo imaginar como um determinado grupo de criação consegue chegar a campanhas tão constrangedoras, que beiram um trash movie e já nascem como piadas (ruins) prontas.


Não é porque eu detesto a Fernanda Young, mas essa campanha da Nextel foi uma das piores coisas que já vi na vida - e olha que já vi muita merda. Ela, a Fernanda, ostentando um ar de mulher vitoriosa, solta esse texto:


Comecei a escrever antes mesmo de aprender escrever.


Eu tinha dislexia e criava meus poemas mentalmente, páginas e páginas só na minha cabeça.


Aí, eu aprendi escrever, pintei o cabelo de rosa e fui expulsa do colégio.

Hoje, eu tenho oito livros publicados, três filmes, peças de teatro, cinco séries de tv, três filhas.


Pra quem pensava em se matar aos dezessete, até que tá legal, né?!


Porra, quem foi que impediu esse suicídio? Como pode uma campanha feita pela O2 Filmes (caralho, Meirelles!?) apostar tantas fichas numa mulher que é péssima escritora, péssima entrevistadora, cheia de tatuagens feias e que paga o pau por ter sido expulsa do colégio por causa do cabelo pintado de rosa e por não ter se matado aos 17?


Assistindo ao comercial, num desses canais de TV por assinatura, me senti imediatamente incomodado. Primeiro por ser ela e segundo por tocar num tema tão melancólico e derrotista como o suicídio. Aos 17 anos, qualquer ser humano já passou por crises e, eventualmente, pode ter pensado em suicídio como uma solução imediata para seus problemas. Mas isso não tem nada demais, são dilemas da adolescência, uma fase cheia de dúvidas e transformações que sugere muita besteira.


Para mim, a jovem senhora é uma das piores pragas que apareceu na literatura e na TV brasileira (nem vem que Os Normais, como todo mundo sabe, tnha a mão do Alexandre Machado, marido dela). E eu me dispus a ler seu primeiro romance Carta para alguém bem perto, em 1998. Uma bosta enorme escrita por uma mulher besta e para leitoras burras.



Olá, eu sou o Charles Manson, lembram de mim? Sim, aquele da Sharon Tate.



Engraçado é que me espertei para essa propaganda da Nextel no mesmo dia em que conversava com a Débora e o Argemon, dirigindo da volta de Mosqueiro e mirando a propaganda da Extra Farma com Murilo Rosa, atrás de um ônibus. Será que o mais importante é ter um rosto famoso, por mais que a barba (que devia estar ali por alguma peça de teatro que o trouxe a Belém) o deixasse a cara do Charles Manson? Agora imagina alguém de fora, que vê essa porra e associa o ator global ao serial killer mais cult do planeta: “Venha para minha família e seja você também um Manson. Compre analgésicos, antiflamatórios e qualquer tipo de droga lícita na minha rede de farmácias!”


Das duas uma: Ou realmente não entendo nada de publicidade ou a linguagem está avançada demais para os padrões de uma sociedade careta.

6 comentários:

Anônimo disse...

da nextel tem também os outros da série, são todos envergonhantes. é a aquela história das referências babaco-sofisticadas que publicitários tem e acham que são a última palavra em consumo de cultura e entretenimento.

é tudo uma merda mesmo.

Let Azevedo disse...

Amigo, ainda não assisti a esses comerciais, até pq não assisto mt tv, mas eu amoooo a Fernanda Young.
Desculpa.
Nem tanto por seus escritos, mas pela personalidade mesmo.
Eu me identifico com ela, em vários aspectos.
beijos

Fábio Martins disse...

Dâmaso,

Só agora vi esse post sobre essa escrota da Fernanda Young. Uma das maiores "artistas" estúpidas de todos os tempos. Escritora de merda, apresentadora deprimente e um lixo como ser humano. Pena que não teve coragem de meter uma bala na cabeça e vermelhar com sangue o seu cabelo rosado. Com certeza esse mundo estaria bem melhor.

Abração

Unknown disse...

depois desse seu post, exclui voce dos meus favoritos. Que chato isso, voce tem inveja ou o quê? para atacar alguem desse jeito, ponha o pé no chão, pelo jeito voce "sabe" que eh muito melhor que ela para falar assim?!?! boa vida. Espero que voce melhore.

Anônimo disse...

Depois do post, acrescentei você aos favoritos! Continue assim, eu gostei do texto e não pq acho a F.Youg uma bela merda, mas pelo estilo mesmo. Abração Marcelo!

. disse...

Bom, eu não vi o da Nextel, mas o da Extrafarma me incomodou profundamente.
Barba não combina com coisa asséptica e farmácia é sinônimo de assepsia. Aquele bicho tá com cara de barbudo fedorento.

Pra mim, foi como colocar a Fafá de Belém para fazer propaganda a Compahia Athletica.