sábado, 30 de janeiro de 2010

Onde vivem os Salingers?


Onde vivem os monstros é o novo História sem fim. Era exatamente o que desconfiava quando assistia ao trailler e viva o menino correndo com os monstros ao som de Wake up, do Arcade Fire. Não é genial nem fodaço, como andam dizendo por aí os mais empolgados, mas um filme bonito. Os entendidos de cinema vão considerar uma obra prima porque é um filme do Spike Jonze.

Foi a mesma coisa quando o Michel Gondry fez o Rebobine, por favor, que tem um trailler bem melhor que o filme. Apesar de Gondry ter errado na tentativa de fazer uma comédia tocante e nostálgica, Spike Jonze acertou em cheio ao fazer um filme que, apesar de não ter como alvo o público infantil, é para ser assistido na inocência, sem esperar as doidices de Adaptação e Quero ser John Malkovich.

É feio dizer que Zombieland é mais divertido?



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E o Salinger morreu velhinho, aos 91, depois de muito se esconder de todos e de se arrepender de ter sido um sucesso mundial com O apanhador nos campos de centeio. Fui saber da morte dele apenas uns dois dias depois, quando meu pai me ligou perguntando se eu havia surrupiado o exemplar dele. “Sim, desde os 17 anos”, respondi. Perdi. Emprestei depois para um desses amigos que acham, bobagem devolver livros e discos.

O click incoveniente deve ter sido de Messias Jardan

Na matéria do Estadão aparecia essa foto dele assustado com o click, certamente disparado num momento de distração que deixou Salinger puto da vida. Fiquei me perguntando sobre essa história toda de ser avesso a jornalistas e fãs. O escritor é um ser bizarro sim, na maioria das vezes tímido e que se expõe muito em seus escritos, mas em toda a história da humanidade sempre se soube que era esse o seu papel. Apesar de tê-lo entre meus autores favoritos – assim como Dalton Trevisan e Rubem Fonseca – acho essa história de se esconder um pouco de vestir o personagem. Mas eles são gênios e podem fazer o que quiser.

Li O apanhador... do nada, depois de pegá-lo da estante do meu pai, aos 17 anos, e começar a ler as o primeiras páginas – que impedem que qualquer garoto de 17 anos larguem aquela história furiosa, aventureira e com um personagem tão rabujento.

Fui à internet e encomendei duas edições, uma para repor a que furtei do meu pai e a outra para dar para o meu afilhado de 13 anos, que se apegou aos livros e eu não posso deixar esse momento passar. Ia comprar mais uma edição para mim, mas me ocorreu que se a CIA ou a ABIN descobrem que tenho três edições vai começar a investigar a minha vida.

3 comentários:

Anônimo disse...

O escritor é um ser aposentado. Não dá para escrever e viver ao mesmo tempo.

Marcelo Damaso disse...

Boa, Natalinha...

Luize disse...

Caraca, e num é q esses dias eu tava passando na rua e vi um poodle branco com o fucinho albino e lembrei do cachorro voador da Historia sem Fim e deu vontade de rever
hUIAShusiaHuiashuias... vou procurar ver esse tb!
;)
:*