sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Prevendo o inferno


Logo ao desembarcar do avião lembrei do que haviam me falado sobre o carnaval de Recife: “tem que ter muita disposição”.  Os (muitos) quilos acima e eterna letargia que toma conta da minha alma enfiaram a disposição em algum lugar que eu não consigo achar. O que me preocupa são as ladeiras de Olinda. Mas deixei rolar, não vim para curtir, mas trabalhar na cobertura do festival Rec Beat e testemunhar o agito cultural que se espalha pela cidade.

Esperando minha bagagem no salão de desembarque, o frenesi de dançarinos contratados pela prefeitura de Recife (ou governo do Pernambuco) contagiava os turistas, que sacavam máquinas e celulares para começar a registrar o famoso carnaval de Recife. A cidade ferve e o clima contagia o mais fraco dos foliões.

Um passeio na quarta-feira à noite por Recife Antigo já anunciava o preâmbulo da euforia carnavalesca que está por vir. E na noite de quinta-feira, depois da furada que foi ver o bloco Quanta Ladeira – que já deve ter sido bem legal – e da cerveja acabar na terceira música, entrei no taxi com Iuri Freiberger (o velho gaúcho anfitrião), Renée e Maíra para o Recife Antigo de novo, onde encontramos o Patrick Torquato e adentramos o puteiro-kitsch Francis Drinks (quando não há navios atracando o porto de Recife, o local se transforma em palco de festas e shows mais alternativos) para a festa “Prevendo o inferno”, com as apresentações de Totonho e Os Cabra e Zé Cafofinho. Totonho eu já conhecia há alguns anos, mas estava longe de imaginar que o show pudesse ser o que vi na noite de quinta-feira. A banda era bem aparelhada, batera toca com felling, o DJ se esmera em belos scratchs e Totonho comanda como frontman – caralho, quantos termos viadinhos em inglês, heim? Me chamou a atenção as letras de Totonho, como Jaspion do pandeiro, Totonho venha salvar o mundo, Você tá doida pra me dar e o medley de carimbó que encerrou o show. Totonho enfiou Carimbó do macaco, do bróder Pinduca, no meio de uma música sua no melhor estilo guitarrada-carimbó. Paguei o pau valendo! Depois conversamos um pouco lá fora, ele me deu disco

Teve ainda o show de Zé Cafofinho, que tocou depois de umas quatro ou cinco músicas eletrônicas equivocadas da discotecagem, mas meu cansaço não permitiu ficar em pé até o final do show. O formato é fantástico: baixo, bateria, banjo, trompete, voz e programação.

E o Rec Beat ainda nem começou...

3 comentários:

Luize disse...

Olha só! Vc ta em Recife!

Aproveite por mim o carna! :**

Adriano Mello Costa disse...

Ano passado eu passei o Carnaval em Recife e Olinda. Tem que ter disposição mesmo, é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Muito foda.

Maíra disse...

Olha, Damasão, grande companheiro de ressacas de momó, até que aguentaste bem.
E registra logo aí os outros dias que eu quero ler!