sexta-feira, 14 de outubro de 2011

La porra de las gafas de sol




Pensei em dar um novo rumo à minha vida depois que me deparei com esses dois cartazes trazendo esse line up para Valência e Madrid, apenas uma semana antes da minha ida para a Espanha. Imaginei minha vida trabalhando em um pequeno festival como esse, que não deve reunir mais de 500 pagantes, colocando as bandas dos sonhos e sendo feliz assim na Europa. Já tenho um plano B para se nada mais der certo nessa vida.

Acho que a melhor coisa de Barcelona foram as lojas de disco. Em uma das noites em que seguia a indicação de uma amiga para beber em uma caverna no centro da cidade, chamada Ovelha Negra, vi algumas lojas de disco – já fechadas – e marquei aquela rua para voltar no dia seguinte. Meu deleite durou horas e tinha vontade de gritar “QUE LOJA FODA!” quando ia descobrindo salas e mais salas dentro das lojas de discos naquela rua. A mochila voltou pesada. A melhor surpresa foi quando voltava de metrô, depois de me perder de um compromisso com uma amiga, achei uma loja de discos perdida no meio da estação. Enorme. Lá, só discos, DVDs e jogos de vídeo game de segunda mão.

Mas enfim, vamos à segunda parte da jornada catalã.



Barcelona – Parte 2

Tentei lembrar como era “óculos escuros” em castelhano. Na loja enorme, fedorenta e com um péssimo astral havia dois chinas trabalhando e uma mulher bizarra como cliente. Tentei no inglês “Do you have sunglasses?”. E o china fazendo gesto de que não entendia. “Dark glasses!”. No, no compriendo. Fiz gestos e nada do chinês entender. Até que avistei uma estante com alguns e perguntei para ele como se chamava aquilo em castelhano. Perguntei em inglês e espanhol. E nada do china responder. Só fazia gestos de que não estava entendendo. Sai esbravejando em português: “Filha da puta do chinês quer ganhar o mundo e não fala uma porra dum inglês e nem um espanhol!”. Dia de fúria em Barcelona.

Barcelona e suas hippongas lindas e fedorentas
 
No meu nono dia por ali a vontade de voltar para casa já havia apitado algumas vezes, tanto que no dia do meu retorno acordei cedo, tomei um café da manhã demorado e fui andando para a estação Sants. Lá, perguntei onde pegava o trem que ia ao aeroporto. Era a linha 9, a mesma que passava outro trem que levava para o litoral do sul da França. E no vagão que eu estava todo mundo falando francês, com cara de francês e roupa de praia. Tinha um cara que parecia o Sean Penn. Não era ele. Se fosse acho que também estaria no trem errado.

Tudo o que me restou foi tirar fotos do literal no trem errado

Fui bater quase na França, voltei, peguei taxi, perdi o vôo, desembolsei muitos euros pra remarcar a passagem para o outro dia. E tinha o hotel ainda. Dois eventos que estavam começando naquela sexta-feira tomaram conta de Barcelona. No hotel que estava não havia mais vaga. Nos dois outros mais próximos de lá idem. Achei um quarto em um hotel quatro estrelas que era o mais acessível. Mais euros.

Mesmo que minha ida tenha sido marcada por um rombo no orçamento e um ou outro aborrecimento, a capital catalã, assim como a cidadela de Vic, carimbaram uma excelente impressão da Espanha, com suas mulheres lindas, shorts pequenos, cecê no metrô, educação restrita e sem sorrisos e ótimas lojas de discos.


P.S: que post preguiçoso e protocolar, heim? Só pra constar que ainda atualizo o blog. Atraso mas dou as caras, nem sempre com a mesma empolgação. A tensão pré festival me consome, me tira o sono, a inspiração e a vontade de viver. A merda é que eu adoro isso.