quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Luiza e Milton


Quando criança a gente ouve a palavra amor e não sabe bem o que é, exceto por aquele sentimento de apego, dependência e total confiança que se tem pela sua mãe, pai e irmãos. Mais tarde, na dureza que é ser adolescente, se aprende da pior forma. E depois, pisoteado por ele, sabemos como lidar e levá-lo da melhor maneira, com cuidados, pisando em ovos.

Tia Luiza e Tio Milton foram o exemplo que tive desde criancinha do quanto o amor é essa coisa grande e bonita que todo mundo fala. Ele, paulista, mudou de vida e veio até Belém nos anos 1970 viver o que, definitivamente, foi o grande amor de sua vida. Ela, o recebeu de braços abertos. Foi anúncio em revista, que lindo - acreditem no Tinder.

A última vez que vi Tia Luiza ela mostrou um pote, bonito, com as cinzas dele. Disse que estavam ali esperando as dela, para se juntarem e serem jogadas na Baia do Guajará, perto de onde eles deram o primeiro beijo.

Ela, pianista. Ele, poeta e escritor de livros infantis. Deixaram um grande legado para a humanidade: música, poesia e a história de amor mais bonita que pude conhecer.

Hoje deve ser um dia feliz no céu.