sábado, 30 de agosto de 2008

III Festival Se Rasgum anuncia programação




É com grande prazer que a Dançum Se Rasgum Produciones anuncia a escalação do III Festival Se Rasgum.

Três anos de festival celebrados em três dias de música e divididos em três espaços. A tríade da vez reúne em Belém o melhor da nova música regional e nacional com mais de 30 bandas, para todas as tribos. Nos dias 19, 20 e 21 de setembro de 2008, o African Bar receberá grandes nomes da música brasileira contemporânea e as novas apostas da música paraense na terceira edição do Festival Se Rasgum.

Entre outras atrações nacionais e internacionais de peso selecionadas para esta edição, o evento conta com o samba-funk-rock-soul do Curumin (SP), o rock’n’roll eletrizante dos Autoramas (RJ), a misturada carioca da banda Do Amor (RJ), o rock dançante e performático do Canastra (RJ), o som moderno da Tom Bloch (RS), o eletro-rock polêmico do Montage (CE), os rebeldes anos 80 da Plebe Rude (DF) e a sensação do indie-rock mundial do Shout Out Louds, da Suécia.

Novas apostas da música brasileira se apresentarão nos dois palcos montados, além do terceiro ambiente que terá apresentações especiais com um gosto de experimentalismo e intimismo, o Laboratório. Carimbó, guitarrada, tecnobrega, dub/reggae e rap - além, é claro, do rock - chegam no III Festival Se Rasgum representando outros segmentos expressivos da música paraense.

Paraenses
A organização do festival escolheu 16 bandas para se apresentar nos dias 19 e 20, deixando a apresentação das bandas do dia 21 para Pro-Rock e Bafafá do Pará, associações responsáveis pelo palco com grupos paraenses no último dia do Festival. Participaram da seleção das bandas o empresário Ná Figueredo e o radialista Angelo Cavalcante que, junto à produção do Festival Se Rasgum, tiveram o cuidado de colocar grupos novos que se destacaram entre as mais de 90 bandas paraenses e também de estados como Amazonas, Amapá, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e outros tantos que se inscreveram nesta edição.

Para dar conta da grande quantidade de boas bandas interessadas em participar do evento, a produção criou um terceiro ambiente, chamado Laboratório Se Rasgum, que será na boate do African Bar e terá como mote o experimentalismo e a fusão de estilos musicais.

As bandas selecionadas serão convocadas para uma reunião de entrega de material e ajustes finais de produção. Daqui pra frente, a Se Rasgum joga um apanhado de links pra você ir conhecendo cada uma das atrações.

E vamos em frente!


Bandas paraenses selecionadas para o III Festival Se Rasgum:

Metaleiras da Amazônia
Laurentino Style
Os Velocípedes
Vinil Laranja
SeqüestrodamentE
DJ Maluquinho
Attack Fantasma
Filhos de Empregada
Zueira de Fumanchú
Destruidores de Tóquio

Programação para os dias 19 e 20 de setembro

SEXTA, 19
Plebe Rude (DF)
Laurentino Style (PA)
Canastra (RJ)
Montage (CE)
DJ Maluquinho (PA)
Tom Bloch (RS)
SeqüestrodamentE (PA)
O Garfo (CE)
Mini Box Lunar (AP)
Vinil Laranja (PA)
Os Velocípedes (PA)


SÁBADO, 20
Autoramas (RJ)
Metaleiras da Amazônia (PA)
Curumin (SP)
Wado (AL)
Shout Out Louds (SUE)
Ataque Fantasma (PA)
Manacá (RJ)
River Raid (PE)
Do Amor (RJ)
Zueira de Fumanchú (PA)
Filhos de Empregada (PA)
Destruidores de Tóquio (PA)


DOMINGO, 21
Bandas selecionadas pelas organizações Pro-Rock e Bafafá do Pará


Soatá (DF)
Curimbó de Bolso (PA)
Pianuts (PA)
Suzana Flag (PA)
Delinqüentes (PA)
Clepsidra (PA)
Rennegados (PA)
Johny Rockstar (PA)
Paulo Luamin (PA)


LABORATÓRIO
Os Caçulas da Vila (PA)
Sambiose (PA)
Alma Livre Soundsystem (PA)
Caburé (PA)
Sonora Iqoaraci (PA)
Juca Culatra & Power Trio (PA)

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Placa na cueca agora é pontocom!

Já falei sobre o outro blog que escrevo, o Placa na Cueca? Pois é, é um espaço em que eu, Doda, Tylon Maués e Rafael Guedes escrevemos sobre machismo e amor. Ele mudou de endereço e agora está em www.placanacueca.com. O tema é a mulher e tudo aquilo que faz a gente acordar de manhã forçando disposição para encarar a vida.

A banda carioca Cabaret diz que eles são os últimos heterossexuais sensíveis do rock. Nós podemos nos rotular como os últimos machistas sensíveis da blogosfera.

Checa !

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Alimenta a alma e queima calorias


Josh Rouse levou seu pop-folk para o público molhado do MADA




Com calotas danificadas e um déficit na conta bancária, o retorno a Belém me devolveu, mais uma vez, a alma tranqüila que se apodera do corpo após uma estrada, praias, shows de rock, caipirinhas com limão do Pará e risadas embriagadas – não sou dos mais bucólicos, mas no Nordeste me jogo de cabeça. Pelo terceiro ano consecutivo me mando para Natal para acompanhar de perto o festival que se tornou uma das maiores vitrines para a nova música brasileira e que, pessoalmente, é um caso de estudo para quem organiza um festival também. O MADA (Música Alimento da Alma) comemorou 10 anos de existência e se tornou, em todo o nordeste, o evento que consegue reunir a massa para esperar seus ídolos de FM e conhecer o melhor da nova MPB, do novo rock e do futuro da música pop. Jomardo, organizador do festival, é um cara que sabe das coisas.


Curumin e o rock brazuca pra gringa pagar o pau

Sábado passado, terceiro dia do Mada, estava ao lado do palco assistindo ao show do Josh Rouse, a atração americana do festival e o artista que mais queria ver. Antes, porém, no show da Mallu Magalhães, fiquei impressionado com a qualidade do show da guria e sua banda e, para não perder o encanto do momento, fui com minha bróder de trabalho e de viagem, Luly Mendonça, para o backstage tomar mais caipirinhas com limão do Pará e bater papo com a moçada. No outro palco rolava o show dos pernambucanos do Cordel do Fogo Encantado, atração que fizemos questão de perder.


Mallu Magalhães fez o show mais emocionante da noite de sábado


O guitarrista da Mallu me parecia familiar, mas nem busquei saber de onde era porque conheço guitarristas de várias bandas e ele poderia ser mais um. Voltando lá pra cima do primeiro parágrafo, estava no show do Josh Rouse achando a apresentação acima das minhas (já elevadas) expectativas, quando o guitarrista da Mallu chega e fala: “Meu, nós não estudamos juntos em Santos?”. Pois é, era o Kadu Abecassis, o cara que, assim como eu, alimentava a fama de esquisitão na faculdade e me cumprimentava com acenos de cabeça por saber que éramos água do mesmo balde. Ele namorava uma jovem da minha turma e ele era “meu bicho”. Kadu era conhecido na faculdade por ser um grande músico e tomou a sábia decisão de largar o jornalismo e se dedicar à música. Tocando com Mallu desde que ela começou a aparecer, ele disse que se um dia isso tudo acabar, jamais voltará à faculdade de jornalismo e se dedicará à carreira de engenheiro de som. Deus dá asas a quem sabe voar sim, e dá o jornalismo a quem não sabe mais fazer porra nenhuma na vida.

Mallu me encantou mais uma vez. Meu primeiro contato com a mocinha foi aqui, no Bananada 2008, e tinha achado a apresentação bem razoável por conta do esquema voz-violão-gaita. Mas no último sábado, no Mada, a guria já demonstrou uma intimidade maior com o palco, segurança nas suas músicas e ousou um número incrível de duelo entre sua gaita e a guitarra de Kadu. A inocência de suas palavras e gestos mais uma vez tomou de assalto os distraídos e apunhalou certeiro o coração dos fãs. Foi, sem dúvida, o show mais belo da noite ao lado de Josh Rouse. E estou falando de uma noite que ainda teve, entre outros, Seu Jorge, Montage e Cordel do Fogo Encantado.

Mesmo com o bolso furado, deu para dar umas bandas, tomar uns tragos, dirigir no ar-condicionado e comer peixe frito na praia pagando de prêi. Fui com pouca grana e voltei devendo, a bem da verdade. Mas não há crise que uma estrada não solucione. E nos três dias de Mada, durante a maratona de quase 30 shows, vi que o brilho do festival não estava nas bandas independentes, mas as headliners e as semi-headliners.


Lunares, de Natal, foi, para mim, a maior surpresa do festival




Atrasado e sem tempo, não pude postar antes devido a total falta de tempo com a proximidade do III Festival Se Rasgum. Estou cada vez mais com menos tempo de atualizar isso aqui, mas vou tentar manter o rítmo.




Publico abaixo a matéria que mandei para o jornal Liberal, mas que não foi publicada - acredito que por poroblema de espaço:




Diversidade musical nos palcos do Mada


Festival Mada, em Natal, completa 10 anos com celebração à música pop e de olho no promissor mercado independente.


Se a música é o alimento da alma, a diversidade de estilos é o prato mais requisitado do cardápio. Na última semana, de 14 a 16 de agosto, em Natal, o Festival Mada (Música Alimento Da Alma) colocou em seus dois palcos bandas de várias regiões do País apostando na música acima dos rótulos. O festival reforçou a contemporaneidade da nova música brasileira, que vai desde o indie rock em inglês ao samba-funk, passando pelo folk e se esbaldando no pop.

Com visitas dos hermanos uruguaios da banda Motosierra e do folk pop norte-americano de Josh Rouse, o festival recebeu atrações de públicos tão díspares que poderia se dizer que a curadoria atirou para todos os lados, mas o evento é apenas um reflexo do que música brasileira respira. Com o profissionalismo cada vez mais evidente, a recifense Sweet Fanny Adams dividiu um dos dois palcos da Arena Imirá com grupos absolutamente diferentes, como o reggae do Rastafeelings, o hardcore do Brand New Hate, o hard rock crossover do Motosierra e o panfletarismo sonoro de classe média de O Rappa. A atração principal, que tem como porta voz Marcelo Falcão, foi o responsável por cerca de seis mil pessoas que chegou cedo ao local e, de lambuja, assistiu às apostas do festival.

Na platéia imperava a fusão de tribos. Durante a apresentação explosiva do Motosierra, cenas como a da menina com calça jeans e top apertados, salto alto e estilo patricinha (que evidentemente esperava Falcão e sua turma) forjava passos roqueiros para fazer o namorado rir. Pode ser que após a seqüência de hits do Rappa, ela volte para casa e jamais lembre dos uruguaios do Motosierra que, por sua vez, se esforçou para fazer seu melhor show e saber que atingiu a alguns desavisados ali.

A máxima de que toda banda consagrada já passou pelo underground e de que toda banda underground sempre quis ser consagrada é a regra do Mada. Infelizmente, na décima edição, quando todos esperavam uma escalação realmente matadora, a música independente brasileira não foi bem representada na mão dos gaúchos, baianos, mineiros e cariocas, mas apareceu como uma bela surpresa nas locais Lunares e Rosa de Pedra. E o produto do underground se confirmou nas outras atrações principais do sábado, como os Autoramas assumindo pela primeira vez o papel de quase um head line, Curumin driblando problemas com o som e revertendo a vibe negativa, além de Pato Fu e Lobão que estamparam a independência musical bem sucedida.

No sábado, entre os dinossauros – que foram a carta na manga do Mada – estava mais uma vez o fenômeno Mallu Magalhães, que entrou no palco só, apresentou a banda e fez um dos melhores shows do festival com seu banjo, gaita e violão. Ela fez o festival esquecer que, no mesmo dia, ainda tocariam nomes como Seu Jorge e Cordel do Fogo Encantado, mas com certeza abriu os olhos (e ouvidos) do público para a atração americana que ainda estava por vir: Josh Rouse, que fez o público dançar na chuva. Com um sorriso no rosto a banda imperou em cima do público que comprou Mallu Magalhães, que o abraçou ao final da apresentação dando ao visitante gringo uma fã importante.

Por mais que músicos e fãs do mesmo estilo tenham se encontrado nos 10 anos de Mada, a impressão que ficou foi de que o festival consegue agregar um valor inestimável ao novo cenário da música brasileira, fugindo dos princípios de excluir bandas consagradas e colocando no mesmo cenário a velha e a nova música brasileira.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

A vida em duas linhas



Foi para o debate sobre pedofilia com um pirulito no bolso.

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O apresentador ficou mais de 20 minutos dentro do carro, no estacionamento do estúdio, tomando força para sorrir durante duas horas.

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Jogou fora a moeda de cinco centavos e ficou sem a fração que a bela caixa do supermercado, gentilmente, lhe pediu.

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Não tinha papel higiênico e se despediu daquele par de meias confortáveis.


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Disse que estava tudo bem depois que jogou o corpo da menina no lixo.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

I'll be your mirror


Tenho um irmão de 13 anos, um grande garoto. Ele me escuta e vê em mim um espelho que pode se tornar seu maior reflexo nos próximos anos. Então eu capricho. Não tem jeito, ele acompanha situações ambivalentes como o sucesso e o fracasso. Mas é na hora do fracasso que me sinto na missão irrefutável de um herói em expor suas feridas e dar o papo: tu ainda vais passar por isso, bróder.

Também tive minhas referências, meu tio Ricardo e meu primo Fábio. Eles eram os caras mais velhos que me alertavam e acentuavam as situações do mundo adulto que, um dia, eu teria de encarar. Daí fui acompanhando, através deles, relacionamentos com namoradas, brigas, farras com os amigos, bebedeiras, carros e todas as coisas que um guri de 13 anos anseia pelo dia de experimentar. E fui tornando um martírio a fase adolescente de bater bronha, lutar contra os acnes e superar os foras constantemente levados por mulheres que sempre estavam distantes do meu nível. Bem, na verdade a parte da punheta nem foi tão dolorosa assim. Mas enfim, tudo isso eram coisas que alimentava a minha idéia de um dia ter sucesso. Esse dia ainda não chegou, mas me acostumei com a mediocridade de uma maneira brilhantemente assustadora. Quando vi estava ficando com mulheres gatas e interessantes. Não, confesso, nem sempre tão gatas. Mas não importa, aí entra meu espírito de Bukowski de amar uma mulher pela importância que ela tem naquele momento. Mulher bonita não atrasa a vida de ninguém, mas as interessantes dão um impulso fora de série.

Pois então, o meu irmão. O moleque cresceu me ouvindo reinar na prateleira de CD e falando coisas como “se um dia tu não gostar de Ramones, te interna!”. E então criei meu subproduto, alguém que gostaria de ter sido aos 13: toca guitarra, é fascinado por comédias inteligentes e acha Pete Townsed e Angus Young dois gênios mais brilhantes que Einstein e Santos Dummont. Opa, e o mais importante: já se dá bem na escola com as gatinhas. Ele é a nova geração, meus próximos dias de orgulho e esperança na raça humana.

Além do caráter impecável herdado por meus bons pais, o molequinho sabe discernir os dilemas de uma vida adulta com as babaquices de um trintão que ainda passeia pela adolescência sem muito problema. Não sei se torno a raça humana melhor, mas também não ofendo. Mas as próximas gerações - bem instruídas pelos melhores discos, filmes, livros e dicas de uma separação amorosa - podem dar um jeito de tornar o mundo um lugar melhor.