terça-feira, 26 de outubro de 2010

V Festival Se Rasgum




V Festival Se Rasgum divulga programação

Otto, The Slackers, Dona Onete, André Abujamra, Graforréia Xilarmônica, Madame Saatan e os combinados Los Porongas com Dado Villa-Lobos e Odair José com Dead Lover’s Twisted Heart chegam para a quinta edição do Festival Se Rasgum. Serão mais de 25 shows nos palcos do Hangar (12 de novembro) e African (13 e 14) com o melhor da nova música brasileira.



Novembro é mês de Festival Se Rasgum. E de uma programação especial na quinta edição do evento que conquistou Belém com sua diversidade musical, trazendo entre suas apostas shows que vão do indie rock lo-fi ao ska-reggae, passando pelo brega, heavy metal, pop e guitarrada. O V Festival Se Rasgum traz a Belém Otto, Cidadão Instigado, André Abujamra, Emicida, Graforréia Xilarmônica, Cabruêra, Lê Almeida, Dubalizer, Graveola e o Lixo Polifônico e os shows combinados Odair José com Dead Lover’s Twisted Heart e Los Porongas com Dado Villa-Lobos, além de uma atração internacional, a norte-americana The Slackers

O pernambucano Otto será o headline do dia 13, no V Se Rasgum

As convidadas de fora chegam para contracenar com o melhor da nova música paraense, representada pela guitarrada de Pio Lobato; o flashbrega de Nelsinho Rodrigues; o experimentalismo regional com cúmbia de Félix Y Los Carozos; e dois grandes representantes do rock locais: Madame Saatan - que finalmente se apresenta em Belém depois de mais de um ano - e a veterana Delinqüentes. Além das seis bandas que passaram pela aprovação do público e jurados nas Seletivas: Bruno B.O, Mostarda na Lagarta, Dharma Burns, Paris Rock, Projeto Secreto Macacos e Felipe Cordeiro. (projeto de ex-integrantes do La Pupuña); o carimbó da compositora paraense Dona Onete.

Madame Saatan volta a Belém para a alegria de seus fãs fervorosos


Graforréia Xilarmônica é um presente para os fãs de rock gaúcho


Serão dois palcos onde as atrações se revezarão sem intervalos entre os shows, além do já tradicional Laboratório, que este ano receberá o tratamento do site Música Paraense (www.musicaparaense.org), que juntamente com a curadoria do Se Rasgum dará ao espaço (a boate refrigerada dentro do African) DJs, shows e projetos dedicados à música paraense. A estrutura do Festival ainda abraça a feira de moda paraense, praça de alimentação e Ecolounge (espaço voltado ao descanso do público e à conscientização ambiental), além de  cultura urbana, representada por ações de grafitagem e stêncil.

O evento terá ainda venda de CDs, camisetas e souveniers do evento, além de uma Praça de Alimentação diversificada, incluindo a culinária paraense.

Todas as informações sobre o evento estão no site www.serasgum.com.br. O Festival Se Rasgum integra o Conexão Vivo - iniciativa da Vivo voltada ao desenvolvimento do setor musical brasileiro - e será transmitido ao vivo pelo Portal www.conexaovivo.com.br. O Se Rasgum é filiado à Abrafin – Associação Brasileira de Festivais Independentes.


Diversidade
A festa de abertura do V Festival Se Rasgum no Hangar terá um convidado muito especial, o compositor-ator-arranjador André Abujamra. Líder da banda Karnak, filho do ator Antônio Abujamra e um dos compositores brasileiros mais criativos e sem fronteiras, Abujamra será a atração de encerramento da festa de abertura, que dá largada para o V Festival Se Rasgum. A noite ainda terá os shows do rockão de baixo, bateria e voz do trio mineiro The Hell’s Kitchen Project, e dos locais Dona Onete e Felipe Cordeiro, além das discotecagens de DJs convidados especialmente para a ocasião , como Marcelinho Da Lua (da banda Bossa Cuca Nova) e Patrick Tor4, que se apresentam no palco principal após o show de André Abujamra. E no deck do Hangar quem vai fazer comandar o lado B da festa são os DJs Meachuta (Pedro, Maurício e Gil), junto com o convidado Pedro D'eyrot (do Bonde do Rolê).

Percussionista da primeira formação de Nação Zumbi e Mundo Livre SA, o pernambucano Otto também faz sua estréia nos palcos paraenses apresentando o resgate de ritmos brasileiros fundidos à eletrônica, sonoridade que virou a marca de seu trabalho. A banda de Otto traz ainda Pupilo, baterista da banda Nação Zumbi, e Fernando Catatau, gênio por trás da banda Cidadão Instigado, outra atração inédita em Belém e que se apresentará no V Se Rasgum.

Emicida traz suas rimas nervosas e espertas pro domingão do Se Rasgum

Ícone maior do brega brasileiro e gênio criador de dezenas de hits populares, o goiano Odair José se apresenta ao lado dos mineiros do Dead Lover’s Twisted Heart, já conhecidos do público paraense desde a última edição do Se Rasgum. Já os acreanos do Los Porongas fazem uma apresentação memorável ao lado de Dado Villa-Lobos, ex-guitarrista da Legião Urbana, banda que embalou uma geração e, mesmo extinta, continua a agregar novos fãs.

Das quebradas do bairro novaiorquino do Brooklyn vem os lendários The Slackers, com sua mistura de ska, rocksteady, dub e garage rock, acrescentando em grande estilo o tempero gringo do Festival.

Os Novaiorquinos do The Slackers encerrarão a quinta edição

Autor do explosivo hit “Me Libera”, Nelsinho Rodrigues e sua baladeira representam o grande momento do flashbrega paraense em uma das apresentações mais surpreendentes do Festival Se Rasgum. Consagrado na cena nacional, Pio Lobato segue destilando a guitarrada que ajudou a redescobrir, enquanto Félix Y Los Carozos flertam também com a cúmbia e o carimbó, trazendo ao palco diversas participações especiais, como Pro.efx e Gaby Amarantos.

Além das grandes atrações locais e nacionais, o Festival aposta ainda nas seis vencedoras das Seletivas Se Rasgum, realizadas em setembro em Belém. O hip hop de Bruno BO, o brit pop da Dharma Burns, o rock n roll escrachado da Mostarda na Lagarta, o experimentalismo do Projeto Secreto Macacos, o indie rock da Paris Rock e a lambada de Felipe Cordeiro foram classificados entre mais de 100 bandas inscritas e têm no Festival Se Rasgum a oportunidade de mostrar seus trabalhos para o grande público.

Coleta seletiva
A parceria do Festival Se Rasgum continua com a ONG No Olhar, que realizará ações ambientais durante o evento, como a coleta seletiva e o projeto “Amigo do Catador”. O projeto da ONG é feito através da Associação dos Catadores de Lixo.

Conexão Vivo
Dezenas de projetos musicais de todo o país fazem parte do Programa Conexão Vivo, que reúne shows, festivais independentes, gravação de CDs e DVDs, produção de videoclipes, programas de rádio, oficinas e seminários que compõem uma rede nacional e permanente de atividades culturais envolvendo artistas, gestores e produtores culturais, iniciativas públicas e privadas.

O Conexão Vivo realiza ao longo do ano um circuito próprio de eventos onde toda essa diversidade de ações acontece conjuntamente. Além disso, o programa também está presente em muitas das mais importantes iniciativas da cena musical brasileira, seja com o patrocínio de projetos ou parcerias artísticas em eventos de destaque no calendário nacional, como acontece agora com o Se Rasgum e outros festivais independentes como o Jambolada, Arte na Praça, Primeiro Campeonato de Surf Music e 53 HC (Minas Gerais), Omelete Marginal (Espírito Santo) e Coquetel Molotov (Pernambuco).

A construção e articulação de redes culturais nacionais, em diferentes segmentos artísticos, é o foco da Política Cultura da Vivo, que tem no Conexão Vivo uma de suas principais iniciativas. Detalhes sobre as outras linhas de atuação e sobre as formas de participação nos Programas Culturais Vivo estão disponíveis no www.vivo.com.br/cultura. E para saber mais sobre o Conexão Vivo, acesse o portal www.conexaovivo.com.br.

Laboratório MúsicaParaense.Org
Conquistando seu espaço como o terceiro palco do Festival Se Rasgum, o Laboratório começou como um projeto reservado para DJs, sons experimentais e pequenos shows. Na quinta edição, o espaço ganha força como Laboratório MúsicaParaente.Org, voltado para os DJs, bandas e artistas locais que representam as novas tendências da música do estado. A programação terá DJs como Pro.efx, Bembom e João Brasil (num link ao vivo de Londres, especial para o Festival Se Rasgum), e shows da Gang do Eletro, Proe.fx e um show que reúne as cantoras Juliana Sinimbu, Aila Magalhães e o cantor Arthur Nogueira.


II Semana de Profissionalização da Música Paraense

Dando continuidade ao projeto que teve sua primeira edição realizada no ano passado, a II Semana de Profissionalização da Música Paraense será realizada de 9 a 12 de novembro no Sebrae Pará, fortalecendo a parceria que estimula a formação de novos profissionais. Aposta também no empreendorismo na área cultural, tanto dentro da produção musical como artística, técnica, empreendedorismo, gestão e direito, além de fortalecer discussões referentes à economia criativa e políticas públicas culturais. Serão oficinas, palestras e debates realizados durante a tarde e à noite no Sebrae Pará. A programação completa da II Semana de Profissionalização da Música Paraense será divulgada em breve, também no site do Festival.

A parceria do V Festival Se Rasgum com o Sebrae se repete Na II Semana de Profissionalização da Música Paraense. O Sebrae investe na iniciativa no mercado musical dentro do projeto Pará Pró Música.

A programação inclui um Workshop de Formação de Roadie, Produção Musical, Oficina de Luthieria, Técnica de Improvisação e Prática de Grupo, entre outros.

A II Semana de Profissionalização da Música Paraense será aberta ao público, mirando seu foco em artistas e profissionais da música. A Semana será divida em quatro eixos temáticos: Artística e Técnica; Comunicação, Inovação e Tecnologia; Empreendedorismo, Gestão e Direito; Economia Criativa, Sustentabilidade e Educação.

Festival Se Rasgum
O Festival Se Rasgum surgiu com o objetivo de expandir a musica independente do Pará para todo o País e tem hoje a força cultural não só do cenário musical da região, mas uma das maiores vitrines da música moderna para todo o Brasil e para o mundo.

Em sete anos de atividades, a Se Rasgum trouxe a Belém mais de 60 nomes de todas as regiões do Brasil e quatro atrações internacionais, dos EUA, Canadá, Suécia e Uruguai, além de ter dado espaço para um número muito maior de bandas locais. Em 2009, 106 bandas paraenses de diferentes gêneros e estilos se inscreveram para participar do Festival, numa clara demonstração do apelo que o evento possui hoje entre a classe artística do Estado. Este ano não foi diferente: mais de 100 bandas enviaram seus materiais buscando uma das 20 vagas para tocar nas Seletivas.

Sucesso de público e crítica, o terceiro Festival Se Rasgum, realizado em 2008, encravou o Pará definitivamente na rota do circuito de festivais do País. Quebrou barreiras históricas entre alguns estilos ao reunir num só festival ritmos como rock, guitarrada, carimbó, tecnobrega, dub, reggae, hip hop, indie, eletrorock, gótico, hardcore, punk, samba rock e tantas outras coisas que ainda estão por ser rotuladas.

Desde então, unindo cultura pop, respeito ao meio ambiente e responsabilidade social, o Festival tornou-se um dos cinco festivais mais importantes da atualidade, conforme apontou a Revista Bravo!, uma das mais respeitadas publicações de cultura do País. O Brasil vive, atualmente, uma grande renovação musical - em termos criativos e de mercado - com bandas e artistas surgindo de todas as regiões do país, e a Se Rasgum acompanha de perto essa movimentação.

Festivais como o Se Rasgum permitem que novas bandas consigam chegar mais próximo de seus fãs, um publico exigente e cada vez mais ávido por novidade e originalidade, dando ênfase aos mesmos festivais que, nos anos 60 e 70, revelaram talentos como Gilberto Gil, Chico Buarque e Edu Lobo.

André Abujamra é atração da festa de abertuta no Hangar



*PROGRAMAÇÃO

SEXTA – 12.11 - Hangar
[A partir das 22h]

André Abujamra (SP)
Felipe Cordeiro (PA)
Dona Onete (PA)
The Hell’s Kitchen Project (MG)

+ DJ convidados
Palco:
Marcelinho da Lua (Bossa Cuca Nova – RJ)
Patrick Tor4

Deck:
Pedro D’eyrot (Bonde do Rolê – PR)
DJs Meachuta


SÁBADO – 13.11
[a partir das 20h]

Otto (PE)
Félix Y Los Carozos (PA)
Cidadão Instigado (CE/SP)
Nelsinho Rodrigues (PA)
Odair José (GO) + Dead Lover’s Twisted Heart (MG)
Graforréia Xilarmônica (RS)
Cabruêra (PB)
Lê Almeida (RJ)
Soatá (DF)
Dharma Burns (PA)
Mostarda na Lagarta (PA)


DOMINGO – 14.11
[a partir das 20h]

The Slackers (EUA)
Madame Saatan (PA)
Los Porongas (AC) + Dado Villa-Lobos (RJ)
Pio Lobato (PA)
Emicida (SP)
Graveola e o Lixo Polifônico (MG)
Delinquentes (PA)
Bruno B.O (PA)
Dubalizer (SP)
Projeto Secreto Macacos (PA)
Paris Rock (PA)


LABORATÓRIO MÚSICA PARAENSE.ORG

SÁBADO – 13.11                             
19h - DJ David Sampler
20h - V.N – (Vida Noturna)        
21h - DJ Pro.Efx
22h - Mestre Juvenal
23h - Machines Of Shiva             
0h - DJ Zenildo (Brasilândia)
1h - Cocota de Ortega

DOMINGO – 14.11
19h - DJ João Brasil (Link Belém/Londres)
20h - Árvore Ar
21h - DJs Bem bom
22h - Sinimbú + Aíla + Nogueira
23h - DJs Bernardo (Bassemotion) / Albery (Tuntz)
0h - Yeman Jah Root
1h - DJ Waldo Squash, Maderito e Gang do Eletro

*A programação está sujeita a alteração


INGRESSOS À VENDA:
Passaporte para as três noites: R$ 40,00 (meia* / 1º lote), R$ 50,00 (meia / 2º lote) e R$ 60,00 (meia / 3º lote)
Ingressos antecipados por dia (apenas na semana do Festival): R$ 25,00 (meia*) para sábado ou domingo.

A partir do dia 25 de outubro, no quiosque do Boullevard Shopping, estaremos aceitando todos os cartões de crédito.

Ingressos por dia (na hora): R$ 30,00.
Pontos de venda: Ná Figueredo (Gentil Bittencourt, 449 e Estação das Docas) e no quiosque da Se Rasgum, no Boullevard Shopping (1º piso).

* Meia entrada para clientes Vivo, Estudantes da Estácio – FAP e quem apresentar postal do evento na hora da compra.



PATROCÍNIO:
Vivo / Estácio Fap / Cerpa / Aspen / Sebrae

APOIO INSTITUCIONAL:
Lei Semear / Fundação Cultural Tancredo Neves

REALIZAÇÃO:
Dançum Se Ragum Produciones / ACAI

CO- PRODUÇÃO:
 Sonique Produções



terça-feira, 19 de outubro de 2010

Mais Smirnoff Nightlife



Teve gente que me falou que foi a Exposição Smirnoff @ Nightlife, em São Paulo, e que curtiu muito a parada. A exposição contava os últimos 40 anos de nightlife no Brasil foi até o domingo passado, 17, no castelinho da Brigadeiro (Av. Brigadeiro Luís Antonio, 826). A exposição tinha fotos, discos e outros objetos que ajudam a relembrarcomo era a balada nos anos 70, 80, 90 e 2000. Era lá que estavam os textos que escrevi sobre o que era a noite de Belém nas décadas passadas.

Na mesma exposição tinha um bar montado que servia  drinks das diversas décadas, além de uma pista de dança comandada por vários DJs. A programação, que era gratuita, vinha sendo divulgada pelo Twitter @Smirnoff_Brasil. Segue os caras.

Saca o que a Veja SP indicou: http://vejasp.abril.com.br/revista/edicao-2184/mostra-smirnoff-nightlife-noite

Concurso
Outra coisa bacana rolando em Nightlife Exchange é o concurso que vai mandar uma pessoa com mais três amigos para umas das outras 13 cidades envolvidas no projeto. Vai saber em que canto do mundo um sortudo fará uma balada extraordinária com seus mais chegados.

Até o dia 23 de outubro (semana que vem!) que quiser concorrer precisa acessar o aplicativo de Nightlife Exchange na página de Smirnoff no Facebook ou pelo link http://apps.facebook.com/smirnoff_exchange/landing.php, responder a uma pergunta e torcer.

Suerte!

Para onde? Pode ser Estados Unidos, Inglaterra, Argentina, Austrália, Canadá, Alemanha, India, Irlanda, Líbano, Polônia, África do Sul, Tailândia ou Venezuela.

As perguntas são: Qual te agrada mais? Já saiu de balada em algum desses lugares? O que de bizarro e de interessante pode vir desses cantos? Qual deve mandar a melhor música? Em qual categoria o Brasil deve apavorar?

O resultado sai no dia 23 de outubro.


Fechamento do container
Atenção, todo mundo que quiser por sua ideia no container tem só até o dia 22 desse mês. Lembrando que por ideia no container é uma coisa, participar do concurso é outra. Claro que a pessoa pode aproveitar e já fazer as duas coisas. Mas não podem esquecer esse prazo. Depois disso, quem esquecer vai perder a chance de contar o que faz sua noite extraordinária.

Vale contar o DJ preferido, a comidinha de antes, durante e depois da balada, enfim. O melhor mesmo é dar uma olhada nas ideias que já foram enviadas e se inspirar.

sábado, 9 de outubro de 2010

A agonia lo-fi


 
Passei pela manguetown, respirei a fedentina e vi shows incríveis do Coquetel Molotov. Depois fui ver os amigos em São Paulo, terra que cada vez mais me oferece menos, dando um pulo em Santos. Duas semanas off de Belém, mas on line na pré-produção daquele que, por vezes, se torna meu maior pesadelo, o Festival Se Rasgum. Estamos nessa tensão agora, mas não vamos entrar nesse assunto, né?

Minha matéria sobre o Festival No Ar Coquetel Molotov sai na revista Billboard de outubro, assim como uma outra matéria maior que fiz sobre guitarrada, com Mestre Vieira, Pio Lobato e Félix. O Coquetel Molotov é um festival foda. Não digo isso pela minha amizade com as organizadoras, mas é incrível como um line up pode ser tão atraente misturando fofuras indies suecas (que antipatizo) com manos como Emicida e Mad Professor, sem contar o desfile de novos grupos brasileiros tão diferentes uns dos outros, mas que merecem destaque na prateleira de quem curte música boa, como Bemba Trio, Wassab, Banda de Joseph Tourton, Otto e Do Amor (meu próximo post será sobre o disco de estréia do quarto carioca). O mais legal do Coquetel Molotov foi que, ainda por cima, teve o Dinosaur Jr em sua primeira apresentação no Brasil. 
 

Pressão

Eu jurei que não ia escrever sobre isso, mas o Doda me desafiou. Então lá vai. Assisti ao show do Dinosaur Jr inteiro a fim de cagar. Queria falar isso de outra forma, usar eufemismos como “prisão de ventre”, mas isso é coisa de frangote. Procurava banheiro de um lado para o outro, até que desencanei, sentei no teatro e tentei não pensar na natureza. Esperei os shows ali dentro, suando frio e com umas contrações que fariam o sonoplasta de Alien, o oitavo passageiro morrer de inveja. No intervalo entre o de Emicida e Dinosaur Jr comecei a sentir aquele nervosismo de quem está esperando para receber o boletim na escola, já na recuperação.

Mãos geladas, suor frio na testa e um apertinho no peito que indicava uma boa e preocupante crise de ansiedade. Era o nervosismo pelo show que eu esperava há 13 anos ou o desespero em não ser a notícia maior que o show do Dinosaur Jr pelo backstage? De qualquer forma Jah me abençoou e me fez chegar até o final do show tranqüilo, intacto, lindo. E que show bonitão! Todos os hits da carreira da banda estava ali: Out there, Forget the swan, The wagon a “nova” Over it. Na pausa antes da volta deles para o bis, uma amiga sentou ao meu lado e notou que minha palidez, que entregava o pequeno incomodo. Decidi que assim que eles tocassem a primeira música que eu não conhecesse no bis eu iria embora. E os sacanas me entram com o cover de Just like heaven, do The Cure. Mas logo depois tocaram uma que eu não fiz questão nenhuma de reconhecer e pedi penico – que adoraria que tivesse sido literalmente, mas ainda tinha todo o caminho de volta. A confortável carona dada pela minha amiga me deixou bem, voltando para a casa onde estava hospedado feliz e certo de que havia acabado de assistir, até agora, o melhor show de 2010. Não vou contar mais detalhes sobre o alívio, beleza?

O vídeo abaixo foi do show de Recife.



São Paulo

Faz tempo que São Paulo me encheu o saco. Infelizmente a cidade me roubou alguns dos amigos mais queridos e é importante dar umas bandas por lá vez em quando. Tem coisas específicas que sempre me dão muito prazer na cidade, como ir ao cinema, ver shows e tomar cerveja boa. Mas isso não é suficiente pra cair de amor pelo modo de vida cheio de regras - e regras que são fundamentais para que a vida dê certo lá. Ter carro, morar perto do trabalho, se dar bem na night, ter grana pra consumir tudo o que aquela porra te oferece.  

Enfim, não há nada que eu vá falar que já não tenha sido dito. O fato é que passei por Santos no domingão, era aniversário de 60 anos de um tio meu. O mais curioso é que o aniversário foi em um salão de recepção ao lado do apartamento que eu morei, de 2001 a 2003, época em que fui bem feliz. Dei uma volta no quarteirão para sentir de novo a vibe do bairro. Tava frio e chuvoso, clima atípico para a cidade. Lembro daquilo ali no verão, com mulher gata por todos os lados. Fui até a padaria tomar um café, vi que tinha uma Subway na outra esquina, um bar transadinho na outra. Senti uma saudade estranha, mas tive certeza que meu lugar não era aquele ali. 


O prédio que morava em Santos na Frei Francisco Sampaio
 
Chegando em Belém, no desembarque do aeroporto Val de Cans, me lembrei do filme brasileiro que vi em São Paulo, o Sol do meio dia, um road movie de Eliane Caffé com Chico Diaz e Luiz Vasconcelos, todo rodado no Pará. No cinema eu dava risada vendo a caralhada de conhecidos que aparecia fazendo uma ponta. Ria alto, falava no telefone e reinava absoluto na sala de cinema em que assistia aquele filme sozinho. Até me deu um certo orgulho e saudade de Belém. Sentimento parecido com o que tiver ao ver no aeroporto aquela gente morena, oleosa e bacana.