quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Os 10 melhores da década


A mania de deixar tudo para última hora ultrapassou todos os limites agora. Antes da meia-noite do dia 30 de dezembro de 2009 posto minha lista com os melhores da década e, lá no final, os melhores filmes de 2009.

Agora, na hora de traçar novas metas para 2010, prometi a mim mesmo não deixar de escrever com freqüência aqui. Tenho uns planos para 2010, mas depois eu falo deles, deixa o ano novo chegar.

Foi um ano bem doido, mas um bom ano. Tenho certeza que 2010 vai ser melhor. É o que espero para mim e para todos vocês.

Abaixo, minha querida lista com os melhores da década no meu gosto pessoal, claro. A ordem define minha preferência também. São 10 de cada. Vamos nessa:


Músicas internacionais:




- I am trying to break your heart – Wilco
- Ya no sie o que hacer conmigo – El Cuarteto de Nos
- Revolution - Cosmic Rough Riders
- Obstacle # 1 - Interpol
- All you do is talk - BRMC
- Hurt - Johnny Cash
- Directions – Josh Rouse
- Are You Gonna Be My Girl? – Jet
- Little Sister – Queens of The Stone Age
- Modern Age – Strokes


Bandas internacionais:
- Wilco
- Black Rebel Motorcycle Club
- Interpol
- Flaming Lips
- Queens of The Stone Age
- Strokes
- LCD Soundsystem
- Arctic Monkeys
- The Killers
- Bloc Party


Discos internacionais:







- Solomon Burke – Don´t give up on me
- Neil Young – Are you passionate?
- Wilco – Sky blue Sky
- Wilco – Yank foxtrot hotel
- Black Rebel Motorcycle Club – Baby 81
- The Slackers - An afternoon in dub
- Josh Rouse - Home
- Interpol – Turn on the bright lights
- Flaming Lips – Yoshimi battles the Pink Robots
- El Cuarteto de Nos – Raro



Melhores músicas nacionais:
- A linha que cerca o mar – Wado
- Já desmanchei minha relação – Nervoso e Os Calmantes
- O amor (zero sobrevivente) – Tom Bloch
- Lunático – Cachorro Grande
- Monstro – Suíte Super Luxo
- Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro – Wander Wildner
- Te encontra logo – Cidadão Instigado
- Veja bem, meu bem - Los Hermanos
- Afogou-se em sugestões – Bazar Pamplona
- A 300 Km por hora – Autoramas



Melhores músicas paraenses:
- Revel – Eletrola
- Felicidade Azul - Stereoscope
- Ludo – Suzana Flag
- Canção de bolso – Telesonic
- Planeta dos Macacos – Delinqüentes
- Fator Yoko – Turbo
- São Domingos do Surf – La Pupuña
- She’s a Queen – The Baudelaires
- Devorados – Madame Saatan
- Vale de São Fernando – Mestre Laurentino e Coletivo Rádio Cipó



Melhores filmes internacionais:







- Alta fidelidade (Stephen Frears)
- Superbad (Greg Mottola)
- E sua mãe também (Alfonso Cuarón)
- Contra a parede (Fatih Akin)
- A festa nunca termina (Michael Winterbottom)
- O agente da estação (Thomas McCarthy)
- Quase famosos (Cameron Crowe)
- Adeus Lênin (Wolfgang Becker)
- Encontros e desencontros (Sofia Copolla)
- O pianista (Roman Polanski)



Melhores filmes nacionais:





- Cidade de Deus (Fernando Meirelles)
- Durval Discos (Anna Muyalert)
- O homem que copiava (Jorge Furtado)
- O invasor (Beto Brant)
- O cheiro do ralo (Heitor Dhalia)
- Estômago (Marcos Jorge)
- O ano em que meus pais saíram de férias (Cao Hamburguer)
- O homem do ano (José Henrique Fonseca)
- Tropa de Elite (José Padilha)
- O Alto da Compadecida (Guel Arraes)



Melhores filmes de 2009:






- Bastardos Inglórios (Quentin Tarantino)
- Se beber não case (Todd Phillips)
- O visitante (Thomas McCarthy)
- Brega S/A (Vladimir Cunha e Gustavo Godinho)
- Hotel atlântico (Suzana Amaral)
- As amantes (James Gray)
- El secreto del sus ojos (Juan José Campanella)
- Piratas do rock (Richard Curtis)
- Eu te amo cara (John Hamburg)
- O exterminador do futuro: A salvação (McG)


segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Estou a caminho da terra prometida



 

Vou ser honesto, passou mais de uma semana do show mais importante que assisti em minha vida e tive o maior bloqueio de todos os tempos. Desde que voltei de viagem que tento escrever sobre como foi o show do AC/DC no Estádio Monumental, em Buenos Aires. Lembro da sensação de cansaço tentando pegar um taxi depois do show, mas sem mau humor, mesmo com 3 mil taxis funcionando na noite de domingo para atender as 50 mil que estavam só no Monumental. Ainda assim eu sorria.

Vou aproveitar aqui o começo do texto que eu venho tentando escrever: “Talvez eu nunca mais veja algo assim na minha vida, foi uma das coisas mais fantásticas que já vi”. É minha frase-automática quando me perguntam como foi o show do AC/DC, em Buenos Aires. Solto aos sete ventos meu deslumbramento sem vergonha com o show mais profissional e, ao mesmo tempo, mais moleque que pode existir nesse meio rock ‘n’ roll.

Apesar do comecinho de texto sem tesão, a palavra mais adequada para definir um recital do AC/DC é “moleque”. Não importa a mega-estrutura que o U2 carrega de um lado para o outro pela Europa na sua última turnê. Não importa o físico e o playback da Madonna lotando estádios. E pouco importa a comoção que a morte do Michael Jackson causou. No show bis o que menos importa é a música. Mas no rock, é a ela a quem se deve a espontaneidade que nos mela os olhos de lágrimas.

Ver um show do AC/DC é como acreditar em Deus – ou no diabo. Angus Young não pode ser humano. Aqueles urros de devoção da platéia em Thunderstruck não são fake. A alegria que pude ver nos olhos das pessoas – e que possivelmente se via nos meus – na hora em que a locomotiva invade o palco não era um simples deslumbre. Todo mundo sabia como era, mas ninguém imaginava que poderia ser melhor ainda do que qualquer expectativa boa.

Eu, Débora, Rafael e Doda assistimos às cinco primeiras músicas próximo a passarela em que Angus e Brian Johnson caminham, vez ou outra, para alegrar corações dos fãs mais afastados do palco e zelosos por sua saúde. “Lá vem eles, olha lá”, disse o Doda apontando para a direção de Brian Johnson e Angus Young, que pudemos ver pessoalmente, sem a ajuda dos (incríveis) telões de led. Foi o que nos fez subir para a arquibancada e ver o show todo lá de cima, tranqüilos, vendo toda a movimentação do palco e pulando com a seqüência de hits com os riffs de guitarra mais saborosos do rock. Angus, o autor, é um velho safado, que corre sem cansar, faz o striptease sacana, mostra a bunda pra platéia, se joga no chão e presenteia os fãs com mais de 15 minutos de solo no final do show.

Bono quer salvar o mundo. Robbie Williams é apenas um estagiário. Madonna não quer perder o reinado. Michael Jackson já era. E o AC/DC é a pura molecagem que criou o rock ‘n’ roll, com fogos, truques, efeitos visuais, animações no telão e um ode às piadas com o inferno.

Mamãe, não me deixe crescer. Sei que vi o melhor show de toda a minha vida. Meus olhos encheram de lágrimas, senti os pêlos em pé e aquele arrepio incrível que sente um garoto quando vê a mulher dos seus sonhos sorrindo para ele. Se existe Deus, ele deve ser o grande manager do AC/DC.


 
Débora e eu




Doda, Rafael y yo



quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Tu me estas dando mala vida




Minha implicância com Manu Chao nunca foi com sua música, mas com os fãs hippongas que vibram quando toca a porra de Clandestino – lá vou eu perder meus seguidores que gostam dessa música. Fã da banda Mano Negra, orgulhosamente apresentada pelo Randy nos anos 90, sempre fiquei com um pé atrás de comprar algum disco e tentar entrar na onda de Manu Chao solo. Até o dia 1° de dezembro de 2009.


Na chegada em Buenos Aires, segunda à noite, Rafael me disse, despretensiosamente, que teria um show do Manu Chao na terça, pela bagatela de 50 pesos (25 reais). Ué, porque não? Afinal de contas, bons comentários sobre o último disco, Radio Bemba, pululam na boca dos grandes entendedores de música e, principalmente, fãs de Mano Negra.


Na esperança de que os argentinos respeitassem horários, chegamos ainda claro em frente ao Estádio Malvinas, um ginásio coberto com capacidade para 10 mil pessoas. A espera do lado de fora na chuva nos fez ver a organização com um imenso desrespeito ao público. Se era um estádio coberto, porque não deixar o público entrar mesmo com a passagem de som rolando?


Enfim, entramos. Uma pequena movimentação no palco e um barbudo porteño solta uma base de dub e começa e rimar. Gostei. Até sei o nome, mas tô com preguiça de procurar no jornal. Depois, achando que já seria o franco-castellano, nada, entra mais uma banda de abertura. Desta vez sim, uma surpresa, o sexteto Onda Vaga. Nada de rock, ska ou coisa parecida. Minha primeira implicância, antes de tocarem, veio com o visual dos caras. Bonitinhos, de regata com instrumentos como tuba, percussão, trompete, violões e trombone, achei se tratar de um novo Beirut. Mas não, com quatro deles cantando ao mesmo tempo, o grupo parece mais um Móveis Coloniais de Acaju desplugado e ligadão nas raízes da música argentina. Som para as meninas dançaram e os rapazes baterem o pé com as mãos no bolso. Comprei o CD por 10 reais.


E então começa a movimentação para o grande show da noite. No lugar que pegamos, a 50 metros do palco, a moçada já começava a passar sem pedir licença. Vi que ia dar merda e temi pelo meu ombro. E então, na vinheta de abertura começou a cagada. Entra um baterista e um percussionista apavorando e o guitarrista sai correndo de um lado pro outro no palco, num momento deslumbrado, fazendo algumas pessoas acreditarem que era o Manu Chao – já que a cara dele mesmo é de um cabôco qualquer e nunca dá para vê-lo sem chapéu.


Rodas de polgo se formando por todos os lados. Menina desesperada porque perdeu o celular. Eu segurava meu ombro como se carrega um bebê recém-nascido. Ainda tentei dar uns pulos na primeira música, mas a pancadaria ficou tão violenta que fui nadando pela multidão para achar um porto seguro na lateral do estádio. De lá pude apreciar e constatar que Manu Chao é exatamente o que as pessoas dizem. É um ídolo com um carisma fora de série e que não poupa o público de uma apresentação longa – mesmo aquele sendo o terceiro show dele na seqüência e arranjado de última hora.


Diferente de qualquer coisa que eu imaginava, Manu Chao e sua banda não paravam de fazer a galera se debater e vibrar com seu show. Depois de mais de uma hora de show foi a vez da parte chata, com o hit Clandestino, que arrastou junto uma série de músicas no mesmo estilo. Sufocados com o calor, fomos para fora tomar um ar e percebemos que Deus havia ligado o ar-condicionado. Foi dali para o taxi, que nos deixou em San Telmo para uma jarra de cerveja (a terrível Schneider) com chivitos e napolitanos para matar a fome.


No dia seguinte li no Clarín que o show levou 6 mil pessoas e que durou seis horas! Não sei se o repórter estava se referindo à noite toda, com os shows de abertura, mas mesmo que tivesse, Manu Chao deve ter feito, pelo menos, 4 horas de show. E para uma terceira apresentação que não estava programada, foi mais do que um presente para os fãs.


Na saída do estádio, maguinhas que não tiveram dinheiro para entrar requebravam com o molejo latino daquela parte do show. E foi o que me fez lembrar da resistência com o mano. Mas tudo bem, isso agora é passado.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

La destruicion

Nem pretendia postar nada antes de viajar, mas aí a Luly me mandou o link desse curta-metragem uruguaio e fiquei boquiaberto.

Não precisa de muita coisa para destruir Montevidéu.

Obra de gênio.

Dale Mercosul!


domingo, 29 de novembro de 2009

No trem para o inferno


Só se vive uma vez, eu acho. Perdi Jesus and Mary Chain em São Paulo no ano passado. Mas agora, mesmo com ingressos esgotados antes da hora em São Paulo, o AC/DC não me escapa. Tô saindo daqui a pouco para Buenos Aires para assistir, no próximo domingo, 6 de dezembro, a última - das três - apresentação dos australianos do AC/DC em solo argentino.

Boa oportunidade para dar uma andada por Buenos Aires e lembrar do motivo que fez nascer esse blog.

Sem contar que ainda devo pegar uma apresentação do El Cuarteto de Nos no mesmo final de semana. 

Hasta luego, muchachos.







terça-feira, 24 de novembro de 2009

Pela estrada de Noll



Era 2002, em Santos, e eu estava deitado em minha cama lendo a última página de Hotel Atlântico, romance de estrada de João Gilberto Noll. Na última linha sentei na cama com um acesso de susto. Devo ter soltado um “ahn!?”, que nem sei se foi sonoro, mas na hora sabia que aquele era em um dos melhores encerramentos de romance que já havia lido na vida. Indiquei para amigos – que tiveram a mesma reação com o final – e elegi o romance como um dos meus favoritos na literatura contemporânea brasileira.

Minha relação com o livro Hotel Atlântico foi algo meio mágico – estava evitando usar essa palavra, mas não tem outra, foi mal. Ouvi falar dele pela primeira vez quando estava numa tarde quente procurando algo novo para ler nas prateleiras da livraria Realejo, em Santos. O dono de lá, o gente boa Zé Luis, me indicou Hotel Atlântico e disse que, pelos autores que estava procurando, eu iria gostar daquilo. Não comprei na hora e segui adiante. Meses depois li o conto Alguma coisa urgentemente, na antologia dos Cem melhores contos do século. Me impressionei com aquela narrativa forte e com a história pesada da relação conturbada entre pai em filho em plena ditadura militar. Foi a hora de dar ouvido ao livreiro e ler o romance.

O encontro
Em 2003, quando trabalhava de repórter do caderno de cultura de um jornal de Belém, recebi um release dizendo que Noll estaria em Belém para uma palestra no Instituto de Artes do Pará. Falei com o editor, liguei para a assessoria, pedi um fotógrafo e consegui uma hora com ele.

À primeira vista, Noll parecia um intelectual de poucas palavras. Na sala em que reunimos para a entrevista, estavam as duas assessoras de imprensa do Iap e o escritor paraense Vicente Cecim. Esperei minha hora e, quando finalmente pude entrevista-lo, constatei que aquele silêncio derivava de algo mais particular do que uma simples timidez.

Noll fala devagar, fecha os olhos quando cita algo intenso, respira entre uma palavra e outra e é, acima de tudo, humanamente educado. A entrevista correu muito bem. Ele disse ter ficado surpreso com um repórter que realmente conhecia a sua obra.

Lá fora, já no cigarro descomprometido, lhe confessei que tinha alguns escritos arquivados e queria muito que ele lesse um conto meu e me desse o papo real, se dava pra insistir ou se abandonava o navio.

Mandei o conto “Priscilla”, a história de um escritor velho e sem muito a dizer que se apaixona por uma garota nova. Meu conto era propositalmente um clichê “nabokoviano”. Na semana seguinte ele respondeu dizendo que havia gostado muito do conto, que minha história era boa e que desistir daquilo seria uma péssima idéia. Poderia estar sendo educado, claro, mas guardei aquelas palavras durante um bom tempo, depois as arquivei na gaveta e, então, só as retirei hoje, uma semana depois de ter visto o filme de Suzana Amaral.



O filme

Minha mãe e meu pai costumam ter uma opinião parecida com a minha em relação a filmes. Raramente discordamos. E então um belo dia abro o jornal e vejo que, finalmente, Hotel Atlântico estava nos cinemas de Belém. Falei animado com ela na hora do almoço, no que ela rebateu um tristonho “é, eu vi, achei uma porcaria”. Imaginei na hora que poderia ser por dois motivos: 1 – ela não ter lido o livro; 2 – Suzana Amaral ter perdido a mão e errado na adaptação de um livro difícil para o cinema. Foi o número 1. Quem não leu o livro tem tudo para achar o filme uma grande merda.



Fui sozinho. No cinema havia uns tipos que estavam ali para sacar um peitinho da Mariana Ximenes. Desconfio de gente assim – e em determinados momentos eles estragaram a sessão rindo do desnecessário. Logo no começo, um indicativo de que a diretora acertara. Imediatamente eu recordei da narrativa do filme. A cada cena que avançava eu só tinha certeza de que a velhinha Suzana Amaral havia mergulhado no livro da mesma maneira que eu e que a escolha de Julio Andrade (o novo ator favorito para adaptações literárias) foi acertadíssima. Na entrevista que havia feito com Noll, ele disse que Paulo César Pereio estava cotado para o papel. Ainda bem que não rolou.

Apenas uma decepção grande com o filme: o final foi um despencar das nuvens. Um livro que termina daquela forma não poderia encerrar de uma maneira menos trágica. Tudo bem, aí vai a liberdade da diretora, que optou por algo menos dramático e mais confuso. Mas nada disso tira o crédito da adaptação acertada de Suzana Amaral. Lá fora, neguinho a comparou a Antonioni e David Lynch, mas ainda bem que não era nada disso.




Hotel Atlântico foi uma de minhas maiores inspirações. Vidrado em histórias de estrada e tipo esquisitos que se encontra por aí, a narrativa de Noll propõe um mergulho nos tipos brasileiros e em algo bem mais profundo do que um simples enredo, um personagem que carrega a vida para cima e pra baixo, sem carteira e sem mochila, e esperando o momento certo para dispará-la, como a última bala do coldre.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Eu nunca soube onde isso tudo ia dar

Me despeço dos dias de agonia que anteciparam o 4° Festival Se Rasgum, evento que a cada ano me faz questionar minha insistência na música. As batatas da perna estão duras, assim como o pescoço que ficou dias e dias tenso e aperreado.


I


Tudo começou em dias de noites calmas dominadas por playboys e sem muito espaço para quem queria dançar ao som de Pixies e Autoramas. Era 2003 e eu havia acabado de voltar a Belém depois de quatro anos em Santos, vivendo a atmosfera surfwear de um lugar completamente inóspito para a minha alma.


Voltei afim de onda. E Belém tinha o Randy, o Dudu e o Gustavo. E aquelas noites de cerveja gelada, cigarros e histórias de bebedeiras, maconheirice e de juventude anos 90 nos levou a suscitar uma festa de rock em Belém. Eu e Randy fomos atrás do local, achamos, negociamos, fechamos data e eu coloquei uma nota no jornal. Todos os nossos amigos foram. A última música da noite foi The Concept, do Teenage Fanclub. Pagamos as despesas, a conta do bar e voltamos felizes para casa sem saber o que fazer.


II


11 de junho de 2005, dois anos depois. Wander Wildner andava pelo quintal do Café com Arte (casa que desbravamos no final de 2003) e me falava do quanto aquilo o lembrava o Garagem Hermética, de Porto Alegre. Do lado de fora, muitas pessoas ainda insistiam em pagar a mais pelo ingresso para adentrar a casa que já estava com a lotação máxima. O show foi uma hora e meia da voz e da guitarra de Wander, e terminou com a banda local Stereoscope o acompanhando em três hinos dessa geração. Com o piso balançando, cerca de 300 pessoas cantavam “Eu tenho uma camiseta escrita eu te amo”, um dos maiores hinos dessa geração.


Wander voltou a Belém no primeiro Festival Se Rasgum – ainda intitulado Se Rasgum no Rock – fez tolice e só entrou no palco depois que eu o convenci. E lá estava armado o circo. Belém recebia pela primeira vez um evento que misturava guitarrada, lambada, ritmos quentes e rock ‘n’ roll.


III


No carro, o ar-condicionado refrescava pouco. Olhava para cima e via nuvens, mas acreditava que naquela noite o céu não desabaria, como na noite anterior.


Eram 10h de sábado, 14 de novembro de 2009, e eu andava pelo bairro de Nazaré telefonando feito louco para arrumar um motorista para uma van que consegui com o Governo. A cabeça e as pernas doíam e eu tinha que ir até Icoaraci depois da noite anterior, uma sexta-feira 13 marcada pela correria de colocar para funcionar o primeiro dia de um festival com 10 bandas ansiosas por um palco. Como o caminho era longo, pude recordar da noite anterior em que a Nação Zumbi entrou no palco antes da hora – pois tinham um vôo às 5h – e deu aos fãs o que eles queriam: sucessos de Chico Science, a guitarra de Lúcio Maia e a batida dos tambores pernambucanos. Mas o que tinha naquela sexta-feira 13 de tão especial estava além de uma headline.


Lembrei da boa vontade da galera do Bonde do Rolê em encerrar a noite após o show explosivo de Gaby Amarantos e seu Tecnoshow; do amigo Jesus Sanchez se divertindo no palco com seus amigos Loco Sosa e André Abujamra no Gork; da parceria acertada entre Pro.efx e Arcanjo Ras; do powerpop “teenageano” dos Baudelaires; do folk pop do Elder e seu Ataque Fantasma; das vibrações positivas emanadas pelo Juca Culatra e seu fodérrimo power trio; do som bem feito e sofisticado dos mineiros do Dead Lover’s Twistted Heart; e da diversão promovida por Tatá Aeroplano e seu Cérebro Eletrônico. No final da noite, não acreditava que ainda estava no começo. Fiquei ansioso para que aquilo tudo acabasse, como fico todo ano.


E então o sábado chegou, aquelas nuvens eram só ameaças e a noite correu maravilhosamente bem com os cinco primeiros shows de rock: Aeroplano, Dharma Burns, Radiotape, Johny Rockstar e Milocovik. A garotada já tinha entrado no clima e todos os shows foram bons, com aquela garra de segurar os 30 minutos no palco dando o melhor de si. Sempre funciona e garante apresentações fantásticas. A outra metade da noite foi dedicada à diversidade que assumimos descaradamente.


Marku Ribas e seu samba pesadaço que despensa overdrive iniciou a nova fase. Foi com o Pinduca que vi que aquela escalação funcionou. Não que o show tenha sido algo escandaloso. Foi um show normal, um show de Pinduca. De perto da housemix vi a moçada dançando o carimbó envenenado de Pinduca e se entregando de uma vez por todas à música regional de uma forma que deixa qualquer produtor orgulhoso pra caralho de fazer um festival em Belém – ainda que o público pirangueiro insista em ser a maioria. A mesma alegria que toma conta quando vejo um veterano idealista e cheio de princípios como Ras Bernardo dançar e cantar alegremente ao lado do Digital Dubs e de B Negão.


Mas foi no show seguinte que realmente pude constatar que aquela noite era mágica. Fomos criticados por alguns fãs de música da moda de colocar bandas que não estão mais em evidência no festival. Era o que diziam da Comunidade Nin-Jitsu, que se apresentou pela primeira vez em Belém e fez o melhor show da noite na minha opinião. O rock ’n’ roll da guitarra SG de Fred Chernobyll, os samplers de funk e a tiração de onda de Mano Changes colocaram o African Bar para dançar freneticamente. Mano Changes percebeu o espírito do Se Rasgum e declarou: “Isso é que é um festival com um público bom, sem preconceitos e sempre disposto a curtir todos os estilos”. Era isso mesmo, Mano Changes, era isso que eu queria que todo mundo entendesse. Belém tem um público foda, aberto a vários estilos e talvez o melhor que já tenha visto. A noite ainda teve Música Magneta (que já falei aqui) e Pato Fu, com todos aqueles sucessos e a simpatia peculiar de mineiro.


Nosso domingão rock vingou. Apesar da queda dos Retrofoguetes (uma das bandas mais esperadas por mim), a noite foi de grandes surpresas: Hablan Por La Espalda e Godzilla; de venerar o novo (Amp, Clube de Vanguarda Celestial, Sincera e Inverso Falante) e de respeitar os mais velhos (Delinqüentes, Stress e Velhas Virgens). E o Matanza? Bom, o Matanza é sempre o Matanza – de entenda como quiser.


Minha pernas ainda doem. O saldo geral foi legal. Ainda estou sem saber o que achar disso tudo, como se estivesse parido mais um filho e sabendo como vou criá-lo, mas ainda curtindo o final da gestação. Não é hora de comemorar vitória, mas deitar a cabeça no travesseiro e saber que, no final das contas, até que deu tudo certo.




Os uruguaios do Hablan Por La Espalda


Gork é o novo rock


Eu quero ter um milhão de amigos


Praça de alimentação


Comunidade Nin-Jitsu está de volta!


segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Coisas para se fazer antes de 2009 acabar


 Planos para depois que o 4° Festival Se Rasgum passar:


- Fazer uma festa Se Rasgum Clássica dia 27 para extravasar a agonia do festival tocando um monte de rock ‘n’ roll no Café com Arte.

- Passar o aniversário do meu sobrinho com ele e finalmente dar de presente o Buzz Lightyear.


 


 

- Assistir novamente a trilogia de O Poderoso Chefão.





- Finalmente terminar de revisar e dar os tapas finais na porra do meu livro – que já virou uma novela sem fim.

- Assistir ao show do AC/DC em Buenos Aires ao lado da minha namorada e dois dos meus melhores amigos.


 

- Ler pelos menos dois romances até o ano acabar.

- Ensaiar com o Presidente Elvis para o 7° Jingle Hell, a única oportunidade anual de reunir a banda para um show.

- Fazer mais uma festa Ins’anos 90.

- Não procurar emprego.

- Operar o ombro.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Apavorando o Terceiro Reich




Já viram o Inglourious Basterds? Confesso que fui um daqueles chatos dos anos 90 que chegou a dizer “nah, esse Tarantino não tem nada demais”. Me apoiei mais ainda nesse discurso quando vi que uns caras legais embalavam o mesmo tema. Chris Robinson, vocalista do Black Crowes, teve umas aspas numa revista dessas na sessão de frases: “Não tem nada que ele esteja fazendo que o Sam Peckinpard já não tenha feito”. Mas isso foi quando vi Pulp Fiction, no Cine Olympia, e achei um derrame de sangue desnecessário e um culto de violência à toa, sem sentido, a troco de porra nenhuma. Mas aí com Cães de Aluguel a coisa mudou – pois é, eu assisti depois. E vi Tarantino como um diretor inteligente, com estilo e sem essas pretensões maliciosas de hollywood.


Os “Bastardos inglórios” (que em Portugal recebeu o genial título adaptado de “Sacanas sem lei”) é sua obra-prima. Os fãs de Pulp Fiction talvez protestem. Os de Kill Bill que se fodam. Mas quem acha Cães de Aluguel seu melhor filme - como eu - vai entender achar o mesmo. Inglourious basterds não é um filme de tanta ação, mas de diálogos incríveis, como o de abertura do filme, com o ator austríaco Christoph Waltz, a grande revelação da película.


Qualquer coisa que eu escreva pode prejudicar as duas horas e meia de quem for assistir a um filme que traz uma vingança muito particular ao führer, o humor peculiar de uma geração, Brad Pitt mostrando mais uma vez que é um ótimo ator, a bela francesa Melanie Laurent e a não menos bela alemã Diane Kruger.


Aliás, aqui estão mais dois grandes motivos para não perder o filme:



Melanie Laurent


Diane Kruger



quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Salve Zero 4, salve



Lembro de Mundo Livre S/A desde que suava assistindo MTV numa tarde qualquer em meados dos anos 1990. O clipe de Livre iniciativa me chamava atenção pelo vocalista sem camisa, cavaquinho tocado como se fosse uma guitarra grunge, chapelão, óculos grandão e teclas de telefone no peito. E a participação daquela gata que tocava o riff de guitarra no meio da música? Quem diria que depois de uma estrada tão bacana Syang viraria aquele artigo de decoração da Casa dos Artista. E o alemão do pandeiro? Quem diria que depois se tornaria o Otto e que pegaria a Alessandra Negrini. Naquela época, era o rock brasileiro que dava uma guinada e mostrava que aquela geração também tinha ícones. Mundo Livre S/A sempre esteve entre minhas bandas brasileiras favoritas.



Mesmo depois que acabou o selo Banguela (lançado pelos Titãs para revelar novas bandas como Patu Fu, Raimundos e Little Quail and The Mad Birds), o Mundo Livre S/A nunca virou bibelô da mídia, continuou tocando por aí, fazendo músicas boas de swing e melhores ainda de crítica. Lembro de falar com Fred 04 na platéia do Tim Festival, em 2005, quando ele tocou com o Mundo Livre S/A abrindo para o Kings Of Leon e Strokes. “Mermão, queria muito levar a banda de vocês pra Belém”. E lá estavam eles no nosso primeiro festival no Parque dos Igarapés, em 2006. Toda a banda circulando livre por lá, parava para falar com fãs e promoveu o melhor final de festivais de todos os tempos. Com isso, tive certeza de que aquela era uma banda boa para ser um grande fã. Além de tudo, uma banda real, que fala o que pensa e não soa falsa como a maioria das bandas com discurso engajado.

E eis que Mundo Livre S/A aporta em Belém de novo pelas mãos da Dançum Se Rasgum, no “Esquenta” do 4° Festival Se Rasgum.

Segue abaixo o serviço, mano.


Esquenta do Festival traz a Belém Mundo Livre S/A

No dia 25 de outubro, véspera de feriado, a banda pernambucana se apresenta ao lado de Metaleiras da Amazônia e Pio Lobato & Suposto Projeto nos preparativos para o 4° Festival Se Rasgum

A menos de um mês da quarta edição do Festival Se Rasgum, uma das bandas mais importantes da história recente da música brasileira se apresenta no Esquenta do Festival, dia 25 de outubro, no Hotel Gold Mar. Os pernambucanos do Mundo Livre S/A chegam pela segunda vez a Belém pelas mãos da Se Rasgum para embalar o clima de expectativa pelo maior evento de música do estado. A festa, que conta com um pôr-do-sol de véspera de feriado à beira do rio, promove a atmosfera perfeita para shows de abertura das Metaleiras da Amazônia e Pio Lobato & Suposto Projeto, além dos DJs Se Rasgum e do DJ Patrick Tor4. Os ingressos estarão à venda a partir da próxima segunda-feira (19).

O evento esquenta as expectativas do público paraense para o 4º Festival Se Rasgum, que acontece nos dias 13, 14 e 15 de novembro em Belém. Para o Esquenta, a Se Rasgum preparou uma promoção que vai premiar com passaporte para os três dias do Festival e kit do evento (com CD, caneca, sacola e outros brindes) o autor do melhor set de música brasileira. Além da premiação, o vencedor ainda vai discotecar entre as atrações de abertura do show do Mundo Livre. O segundo melhor set também leva entradas para o Esquenta.

Manguebeat - A Mundo Livre S/A nasceu em Recife no ano de 1984 e foi uma das responsáveis por um dos movimentos mais revolucionários na música brasileira, o Manguebeat, capitaneado por Chico Science (falecido em 1994) e sua Nação Zumbi (banda que é atração do Festival Se Rasgum deste ano). O manifesto “Caranguejos com Cérebro”, que exaltava a universalização e atualização da música pernambucana, teve autoria de Fred Zeroquatro, vocalista do Mundo Livre S/A, junto com Renato L. e Chico Science.

A Mundo Livre S/A se apresentou pela primeira vez em Belém em setembro de 2006, encerrando com chave de ouro a primeira edição do Festival Se Rasgum, no Parque dos Igarapés. Fred Zeroquatro, Bactéria, Fábio Malandragem e Tony Regalia promoveram o final de festival mais apoteótico que Belém já teve, convocando todas as bandas, produtores e equipe que trabalhou na realização do primeiro Se Rasgum para uma gigantesca jam session em cima do palco.




Com 25 anos de estrada, o Mundo Livre S/A é uma das bandas mais respeitadas no Brasil, tanto por seu engajamento quanto pela qualidade das composições de Zeroquatro que já entraram para a história da música pop brasileira, como “Bolo de ameixa”, “Livre iniciativa”, “Melô das musas”, “Pastilhas coloridas”, “Soy loco por sol”, “Free world” e “Bola do jogo”, entre várias outras.

A banda acaba de lançar a coletânea “Combat samba”, que dá nome à turnê que passa por Belém, trazendo outros hits importantes do Mundo Livre como “O mistério do samba”, “Seu suor é o melhor de você” e “Meu esquema”.

Conexão Vivo - O Festival Se Rasgum tem o patrocínio do projeto Conexão Vivo, uma rede constituída da união de artistas, produtores culturais e iniciativas pública e privada, que foi criada com a proposta de apontar novos caminhos e encontrar respostas para os desafios do mercado da música independente. O projeto teve como respostas imediatas solucionar o desconhecimento por parte do público do universo independente.

Circulação por capitais e cidades do interior de Minas, lançamento de CDs coletivos e revelação de novos talentos foram algumas das estratégias usadas pelo projeto para atingir um público maior sobre informações do mercado de música independente. E é assim que o projeto Conexão Vivo chega, se estabelecendo como o maior movimento musical do país na atualidade.

SERVIÇO
Esquenta para o 4° Festival Se Rasgum. Shows de Mundo Livre S/A (PE), Metaleiras da Amazônia e Pio Lobato & Suposto Projeto. Participação DJs Se Rasgum e Patrick Tor4
Dia 25 de outubro (véspera do Recírio), a partir das 18h
Ingressos: R$ 15 antecipados na Ná Figueredo (Gentil 449 e Estação das Docas) e Colcci (Pátio Belém, Castanheira e Braz) e antes das 18h. Após as 18h, R$ 20
Local: Hotel Gold Mar (Rua Prof. Nelson Ribeiro, 132, próximo à Fundação Curro Velho)


terça-feira, 13 de outubro de 2009

Os olhos desgrudando das páginas


Quando comecei a realmente me interessar por literatura devia ter uns 13 anos. Embora meu pai tenha sempre me indicado os livros como o melhor caminho para se aprimorar a escrita e acumular conhecimento, eu, como todo pré-adolescente, achava que meu pai não sabia de nada e que era no cinema que me enganava e nos discos que me iludiam que estava o meu futuro.

Uns cinco mais tarde, depois de já ter experimentado um Machado de Assis aqui e um Salinger ali, vi que naquelas linhas pretas de palavras em páginas brancas e com cheiro de coisa velha havia um universo cheio de possibilidades para se explorar. Meu pai estava certo.

Mergulhei no que achei que seria uma onda legal, sem muitas pretensões e com a idéia fixa de trabalhar os enredos mirabolantes que me vinham à cabeça na linguagem do audiovisual. Eu queria ser um cineasta – e por muito tempo carreguei o apelido de “Marcelo Cineasta”. Ganhei uma filmadora handcan, da JVC, aos 15 anos e filmava tudo o que aparecesse pela frente. Meu alvo favorito eram as bundas expostas ao sol na beira da piscina do condomínio onde morava. Por outro lado, também guardava em cadernos vários escritos escrotos. Outro dia achei um. Era um conto sobre uma mulher que viajava de ônibus e comprava passagens para duas poltronas no fundão porque odiava que sentassem ao seu lado. Uma merda de história. Quer dizer, a idéia era boa, mas minha narrativa carecia de um amadurecimento urgente.

Entrei pro jornalismo e durante a faculdade me viciei em contos. Livros de Rubem Fonseca, Raymond Carver, Julio Cortázar, Marçal Aquino, João Gilberto Noll, Ivan Ângelo, Charles Bukowski e Dalton Trevisan se amontoavam no meu quarto em Santos, numa época de ouro em que eu devorava uma média de dois livros por mês.

Saí da faculdade e passei a trabalhar com música, que é o que venho fazendo direto, paralelo ao jornalismo, desde 2003. Mas cada vez mais acho que esse caminho foi um mero acaso que vem dando certo. O problema todo é que agora virei um escritor, leitor e revisor de releases e blogueiro esporádico daqui dessa porra. Agora, minha média de livros é a de um ou dois por semestre. Uma vergonha, eu sei. E não me conforta saber que estou na frente da média do leitor brasileiro. Problema é do brasileiro que quer ser um tapado, limitado e escrever mal. Temo pelas próximas gerações, que tudo o que lêem são janelas cheias de animações em programas de conversa instantânea na internet. Tenho um irmão de 14 anos que já obriguei a ler ao menos uma revista em quadrinhos inteirinha na minha frente. Era do Garth Ennis e ele gostou. Tenho um sobrinho viciado em Discovery Kids. Meus pais e minha irmã são bons leitores e craques em português. Mas e agora, o que será das nossas crianças?


quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Nunca mais entediado


Quando a decisão parece a coisa certa para conseguir realizar as demandas do dia-a-dia, a saída mais óbvia parece escolher uma coisa só. E foi assim que pedi o meu desligamento da agência de comunicação que trabalhei por 14 meses, a CA No Media. Agora minha dedicação é exclusiva para o Festival Se Rasgum, que está na beirota (13, 14 e 15 de novembro).


A única vantagem que me apareceu logo de cara foi só dormir até um pouco mais tarde. Mas o tempo continua escasso e a vontade de abastecer isso aqui com a quantidade de coisas curiosas e interessantes que tem cruzado meu cotidiano.

Um pouco de tudo:

Deixo aqui o preview da série Bored to death, série nova da HBO com o Jason Schwartazman e Zach Galifianakis, que depois do sucesso de The Hangover minha vida nunca mais foi a mesma. No começo eu achei do caralho a semelhança porque ele era um personagem engraçado e tal, mas agora todo dia, TODO DIA, tem alguém que chega e diz “Fala Marcelo, já vistes um filme chamado ‘Se beber, não case’?”. E agora fudeu-se porque o cara emplacou. E, tudo bem, eu virei um grande fã, claro, assim como sou de Kevin Smith e Jack Black.


Mas o papo era sobre a série Bored to death, que traz uma história de humor com toques noir e que promete ser a grande sensação dos seriados alternativos da TV fechada.




Nesse blog aqui dá para baixar todas as temporadas disponíveis, e legendadas, da série It’s always sunny in Philadelphia, um novo conceito de humor negro que ultrapassou todos os limites da decência e declarou guerra contra o bom senso e o moralismo politicamente correto dos americanos.

Um amigo meu definiu como Seinfeld mais pesado. Eu até concordei na hora, mas depois, pensando bem, vi que não tem porra nenhuma a ver com Seinfeld. Uma coisa é humor negro e um roteiro super bem amarrado de uma série que já entrou para a história do humor mundial. Outra coisa é achar feridas cada vez mais abertas da sociedade americana e explorá-las sem nenhuma concessão e toques brutais de piadas de mau gosto em temas como aborto, AIDS, vício em crack, deficientes físicos etc., que é o que fazem Rob McElhenny, Charlie Day e Glenn Howerton, os protagonistas e criadores de It’s always sunny in Philadelphia Sim, sou fã de Seinfeld. Mas confesso que me viciei e rio com culpa de It’s always sunny in Philadelphia.





Ah sim, tem o Danny DeVito também, mas ele não faz a menor diferença.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Coisas para se fazer em Belém...




... quando se está vivo e muito afim de onda.

No sábado:











Radio Trash apresenta The Dead Rocks

A This is Radio Trash traz a Belém pela primeira vez uma das maiores bandas de surf music da atualidade: The Dead Rocks.
Será no dia 3 de outubro, a partir das 22h, na Cervejaria Caverna Club (antigo Liverpool), que foi reformada e tem agora um ambiente agradável.

Bandas de abertura:
Clube de Vanguarda Celestial
O Miguelitos S.A.
Os Tunas (em estréia do trio de rockabilly e surf)
The Dead Rocks (SP)

Local: Cervejaria Caverna Club (14 de Abril, 1242, entre Magalhaes Barata e Jose Malcher).
Ingressos antecipados a 10 reais nas lojas Na Figueredo (Gentil e Estação), e no estudio de tatuagem Expressão Alternativa. Ingressos no dia: 15 reais.
A partir das 22h.




Na sexta:







Se Rasgum Clássica de outubro

Dia 2 de outubro tem Se Rasgum Clássica no Café com Arte, com tudo o que você já conhece: DJs Se Rasgum, convidados, porão e a banda Ataque Fantasma.


Pra que arriscar quando se tem a diversão garantida? Dia 2 de outubro, sexta-feira, é dia de Se Rasgum Clássica, no Café com Arte, a festa que reúne a moçada para uma noite de cervejada, rock ‘n’ roll, suor, afeto e a apresentação de bandas que participarão do 4° Festival Se Rasgum.

Ataque Fantasma, o quarteto liderado por Elder Effe, é uma das novas bandas mais respeitadas por seu capricho nos arranjos e em honestas letras de amor. A banda, que ainda traz Natanael Andrade (guitarra), tem também em seu time o baixista Pablo e o baterista Júnior (da primeira e mais memorável formação do Suzana Flag). O Ataque Fantasma é uma banda que equilibra com maestria o peso de uma banda de rock e a sensibilidade dos temas de amor da música pop. Para fãs de Lemonheads, Wilco e Josh Rouse.

E nas picapes, os veteranos DJs residentes da Se Rasgum com todas as vertentes do rock em seus cases de CDs e laptops modernetes. Entre os convidados teremos novamente o parceirão Raphael Tarrikinha, comemorando seu aniversário e apresentando um set especial. E quem vem junto vem com tudo (grande Massari), Soninha prepara seu setlist com pérolas indies e clássicas.

PROMOÇÃO – Para beber mais nada melhor do que as velhas promoções de cerveja. Desta vez são três cervejas grandes por 10 dinheiros.


Line-up
Pista principal:
Damasound (rock, indie, clássicos, trashpop)
Dudu Feijó (post-punk e 80’s)
G Bandini (indie, punk, garage)
Soninha (convidada)
Raphael “Tarrikinha” (convidado)

Porão:
DJ Salsicha (pop, eletro-rock, latinidades etc.)
Bina Jares (derrubações, brega, kuduro etc.)


SERVIÇO
Festa Se Rasgum Clássica – 2 de outubro
Show: Ataque Fantasma.
Horário: A partir das 22h.
Local: Café com Arte (travessa Rui Barbosa, 1437)
Ingressos: 10 dinheiros até meia-noite / 15 dinheiros depois.