Nos anos anteriores publicava minhas listas dos melhores do ano na finada coluna Rocktopia, que mantive por quase três anos às segundas-feiras no Diário do Pará. A maioria dos “melhores” ia anotando ao longo do ano. Mas agora, como 2008 foi um ano bom pra caralho, não tive paciência para as anotações e sai cobrando da memória nos últimos dias.
[Aliás, não consigo nem começar um texto sobre 2008 para postar aqui nessa joça, de tão bom que foi esse ano – só falta eu estar comemorando antecipadamente e me acontecer uma grande merda agora.]
Listo abaixo os filmes, discos, músicas que marcaram por sua qualidade ou mau gosto. Mais uma vez tenho que explicar que não peço pra ninguém concordar, é gosto pessoal e falo isso pra me amostrar.
MELHORES DISCOS NACIONAIS
Japan Pop Show – Curumim: Só em 2008 vi quatro shows do mano Curuma: Studio SP (São Paulo), Bananada (Goiânia), Mada (Natal) e no Se Rasgum (Belém). Esse ano, definitivamente, foi o ano do Curumin.
Charque Side of The Moon –
2 - Tom Bloch: Disco com conceito, moderno e cheio de letras boas. Lariú chamou de rock literário, não sei se concordo, mas sei que a dupla Pedro Veríssimo e Iuri Freiberger estão bem acima da média indie nacional.
Terceiro Mundo Festivo – Wado: Quarto álbum do Oswaldo, um loirinho magro que tem uma voz foda e umas composições de dar inveja. O disco (totalmente disponibilizado no site do cara) traz referências aos estilos musicais espalhados pelas periferias do Planeta.
Mallu Magalhães - Mallu Magalhães: Foda-se, curti muito o trabalho da adolescente que os espertinhos adoram odiar. Mário Caldatto conseguiu deixar as músicas de Mallu com o gás folk que ela pretendia. Vi dois shows da barbudinha e percebi a evolução com os poucos meses que separaram as duas apresentações.
MELHOR DISCO GRINGO
Black Ice – AC/DC: Os mesmos riffs, solos, voz e temáticas rock ‘n’ roll permeiam o último trabalho do AC/DC. Tudo bem, nenhuma novidade. Mas quem precisa disso quando se trata da maior banda de rock de todos os tempos? E nada melhor do que abrir um disco com o single Rock ‘n’ roll train.
Dear Science - TV On The Radio: Legalzão porque é feito por uns negões de Nova York que não tem medo de arriscar e soam cada vez mais modernos, brincando com esse conceito de ciência, tecnologia e os caralho.
Partie Traumatic - Black Kids: Não conhecia e jamais saberia da existência se não fosse um amigo meu (fã de My Bloody Valentine) ter indicado. Banda americana legalzinha que, se bobear, ficará esquecida nos próximos meses, apesar do disco agradável.
Dig Out Your Souls – Oasis: Na moral, fã de Oasis sempre acha o ultimo álbum o melhor. Ouvi algumas vezes para ter certeza de que era um dos álbuns do ano e de que eles jamais farão alguma coisa como Defintely maybe e What’s the story (morning glory).
Vampire Weekend - Vampire Weekend: Bom porque foge da indiezada que vem de fora que faz tudo igual e parece tudo a mesma merda. Música legal e pra dançar.
MÚSICA NACIONAL
Pareço moderno – Cérebro Eletrônico: Refrão que dá nome ao segundo disco do Cérebro Eletrônico e gruda de primeira. Grande aposta paralela (e mais antiga) de Tatá Aeroplano e sua turma do Jumbo Elektro.
Melô da considerada - DJ Konsiderado: Ta demorando para sair, mas não falta muito. O maior fenômeno do próximo ano é de Belém do Pará e atende pela alcunha alto-elogiosa de DJ Konsiderado, que faz uma mistura de technobrega com umas pegadas modernas.
Aonde quer chegar – Moptop: O segundo disco do Moptop mostra que moçada sabe onde está pisando. A música “Aonde quer chegar” é a prova disso. Viciei na música assim que a escutei.
Pepeu baixou em mim – Do Amor: Hit em todos os festivais independentes de
Vida boa não é vida ganha – Beto Só: Recebi o segundo disco do Beto Só na hora que saiu da fábrica. Havia acabado de ver um show dele em Brasília e a caixa chegou na hora. Fernando Rosa abriu e me deu logo um. Escutei bastante a música no ônibus que me levou de Montevidéu a Porto Alegre, em junho desse ano.
MÚSICA GRINGA
Left behind – Cansei de Ser Sexy: Vamos lá, não dá pra considerar mais música nacional, né? Depois de mudar pra gringa e aprimorar no inglês, CSS é rock pra inglês ver e brasileiro se gabar.
Nine in the afternoon - Panic At The Disco: Eu sei, é emo. O clipe é legal e a música idem. Demorei a crer que o disco era bom depois que o amigo Léo Aquino indicou. O disco é meia boca, mas essa música vende a parada.
Rock ‘n’ roll train – AC/DC: Refrão com cheiro de camisa preta suada com copo de cerveja na mão. AC/DC sabe ser Deus (e o diabo) sem perder a pose.
Me hace Bien me hace mal – El Cuarteto de Nos: O disco não é de 2008, mas foi uma das músicas mais executadas no meu CD-Player (sou old school).
Elephant Gun – Beirut: Som gente boa que fui obrigado a gostar por causa da coleguinha de trabalho Luly, que se viciou em Capitu e fez a gente escutar, pelo menos, 14 vezes por dia.
MELHORES SHOWS INTERNACIONAIS DE 2008
Shout Out Louds no III Festival Se Rasgum – A banda sueca foi a única atração internacional de 2008 do festival paraense, que surgiu como uma grande surpresa para os fãs de The Cure dos anos 90.
Josh Rouse no MADA – Sonzão pra cima e para fãs de Wilco. Tenho dois CDs de Josh Rouse e confesso que ele foi o principal motivo de me fazer ir a Natal assistir mais uma vez ao Festival MADA.
Skatalites no Inferno (SP) – O verdadeiro ska jamaicano de uma das mais lendárias bandas de ska
Buitres em Montevidéu – Uma das maiores bandas uruguaias de punk rock levou homens, mulheres e crianças para um showzaço com mais de 10 mil pessoas no bairro de Prado, um dos mais bonitos da capital uruguaia.
Jesus and Mary Chain no Planeta Terra – Não fui e daria um dedo pra voltar no tempo e poder ver o que conferi ao vivo na transmissão pela internet. A banda continua com fôlego e menos tímida em cima do palco. Jesus and Mary Chain sempre foi uma das minhas bandas favoritas, e aquele show no Planeta Terra foi um desfile das melhores músicas dos irmãos Reid.
MELHORES SHOWS NACIONAIS
Wado (III Festival Se Rasgum, em Belém): O alagoano era promessa antiga pra tocar
Curumin (Festival Bananada, em Goiânia): Chapadão, Curumin chegou ao palco saudando o “Festival Goiânia Noise”, e corrigiu o erro fazendo um dos melhores shows do ano.
Lendário Chucrobillyman (Festa “This Is Radio Trash”, em Belém): Caboco sozinho toca bateria, guitarra, canta e sopra um brinquedo que simula um sax. Teve nêgo engraçadinho que disse que ouviu, além de todos os instrumentos, um apito, mas ninguém o viu soprando nada pela boca.
Velhas Virgens (Casa Brasil,
Lunares (MADA, em Natal): Trio de Natal de moleques de 20 anos, com um pé no rock inglês, letras legais e show seguro. O efeito surpresa da apresentação fez com que esse fosse um dos melhores shows que assisti em 2008. São poucas as bandas que metem a cara para mostrar sua música de maneira tão segura.