segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Mais um Se Rasgum nos braços do independente


Um festival cheio de bons exemplos e talvez uma das edições mais complicadas de se realizar por falta de recursos. Não foi fácil colocar esse Festival em pé, mas o que eu vi rolando entre as bandas foi algo que nos inspira ainda mais a continuar. Neguinho não fica mais vendo o Festival como a salvação de sua carreira, mas como mais uma oportunidade de fazer um bom show, de estender seu público, de fazer bons contatos e de entender como se comporta o mercado da música independente nos dias de hoje. 


Foi um festival sem estrelismo, sem estresse, sem enchimento de saco. Sem grandes e sem menores. Internacionais, nacionais e locais no mesmo palco e circulando na mesma área.




E na minha opinião tem um cara que merece destaque nisso tudo, o Ben Kweller. Ele deveria dar um verdadeiro workshop de como ser independente e tirar o melhor proveito disso. O cara veio sozinho do Texas, tocou em quatro capitais brasileiras e mais Buenos Aires. Vendeu todo o seu material (vinil, CDs e camisetas) atendendo sozinho na banca antes e depois do show – tanta simpatia fez com que o material acabasse antes de chegar a Belém. Não fez NENHUMA exigência, chegou no palco e subiu com a mesma segurança de quem já tem a platéia na mão. E era só ele o violão e um piano. Depois tava lá na platéia vendo o show do Thiago Pethit. Só não aproveitou mais porque tinha que ir embora. E não estamos falando de um cara qualquer que foi descoberto um dia desses, mas de um artista que teve sua primeira banda aos 15 anos e que, nos anos 90, foi considerado uma aposta da MTV Americana, um cara que se apresentou em vários e vários festivais no mundo e que já tocou junto com bandas como o Wilco.

Além disso, tivemos a generosidade da Mallu, dos caras do Apanhador Só, Chermont e Kunz, Pethit e sua banda, Maia, Joãozin do Molho, Massa Grossa, moçada da Trip, Marcel, Enquadro, Elder, Junior, Junião, Tonny, Solano, mineirada da Pequena Morte e a roqueirada do Tokyo Savannah. Todo mundo falando a mesma lingua, apesar do sotaque e do idioma não ser o mesmo. E é exatamente a língua de quem quer ser ouvido, a da música que está gritando e que tem que sair.

O esquema é esse. Humildade e espírito coletivo. Vontade de crescer junto.

Há sete anos que começamos e estamos trabalhando com pouca grana, muita boa vontade e gente que acredita no que está acontecendo no mercado da música paraense.

A música do Pará não desabrochou do nada.

Até o VIII Festival Se Rasgum ;)