segunda-feira, 27 de julho de 2009

Pata de Elefante nas Seletivas Se Rasgum


Quarta-feira, 29 de julho, a banda gaúcha Pata de Elefante encerra a noite da primeira seletiva com as primeiras 12 bandas que disputarão as quatro vagas para as finais, no Hotel Gold Mar.


Uma batalha de bandas com direito a participação de um convidado muito especial, a banda gaúcha Pata de Elefante. Este será o clima da primeira eliminatória das Seletivas para o 4º Festival Se Rasgum. A primeira etapa será nesta quarta-feira, 29 de julho, com doze bandas disputando quatro vagas para o lançamento do 4º Festival Se Rasgum, abrindo para os Móveis Coloniais de Acaju, dia 8 de agosto. Todas as etapas das seletivas serão no Hotel Gold Mar (antigo Paramazônia, ao lado do Curro Velho).


No total, 24 bandas paraenses participarão das seletivas para a quarta edição do Se Rasgum. No final, três dessas 24 bandas estarão na programação do 4º Festival Se Rasgum, que será realizado nos dias 13, 14 e 15 de novembro em Belém. O público pode participar da escolha das vencedoras através de votação com as cédulas que serão distribuídas nos dias 29 de julho e 5 de agosto, no Hotel Gold Mar, e pela internet: www.serasgum.com.br. Uma batalha de bandas em que os mais aptos terão sua vez, fortalecendo o tema do festival desse ano que é: “Só os mais aptos sobrevivem”.


As quatro bandas com as melhores notas em cada seletiva se classificam para a fase final, no dia 8 de agosto. Na decisão, o sistema de votação será repetido, mas com outros jurados. As três melhores bandas garantem uma vaga na escalação oficial do Se Rasgum e mais um pacote de prêmios: a gravação de quatro músicas no estúdio Ná Figueredo; a confecção de marca, hotsite e encarte para o CD pela Libra Design; a produção de um ensaio fotográfico por Renato Reis; quatro horas de ensaio no Fábrika Estúdio; e a confecção de um release de imprensa.


Pata de Elefante – De passagem por Belém após apresentação no Baiacool Jazz Festival, que possibilitou a vinda da banda ao Norte, o trio instrumental Pata de Elefante fará uma apresentação especial na quarta-feira, 29, encerrando o primeiro dia das Seletivas Se Rasgum. Com um dos melhores shows de rock instrumentais do País, a banda vem desde 2002 se apresentando por todas as regiões deixando o queixo caído do público, como marca registrada de suas apresentações.

Formada por Gabriel Guedes, Daniel Mossmann e Gustavo Telles.


O trio se diferencia por fazer rock instrumental com ênfase nas melodias. São canções instrumentais que atingem em cheio ao público acostumado a ouvir música com vocal. Gabriel Guedes e Daniel Mossman revezam entre guitarra e baixo, imprimindo a dupla sonoridade característica do grupo, sustentada pela bateria de Gustavo Telles.


Os três são compositores, o que faz com que a Pata de Elefante soe heterogênea, mas com unidade. Em estúdio a banda procura dar às músicas o que cada uma necessita, priorizando timbres arranjos e execução.


Gustavo, Daniel e Gabriel em foto Danilo Chistidis



A primeira seleção - O crivo começou em junho, quando um júri de oito pessoas ligadas à produção musical independente escolheu as 24 bandas entre mais de 100 inscritas. A comissão foi formada por nomes como Fabrício Nobre (organizador dos festivais Goiânia Noise e Bananada, presidente da Abrafin e um dos donos do selo Monstro Discos), Rodrigo Lariú (jornalista e dono do selo Midsummer Madness) e Fernando Rosa (jornalista, organizador do festival El Mapa de Todos e dono do selo Senhor F).


Serviço

Seletivas do 4º Festival Se Rasgum. Dias 29 de julho e 05 de agosto, às 20h, no Goldmar Hotel (Rua Prof. Nelson Ribeiro, 132, próximo à Fundação Curro Velho). Ingressos a 5 reais, apenas na hora do evento.



PROGRAMAÇÃO DAS SELETIVAS


29/07

1. Força Paralela

2. Os Caras da Estrella

3. Sincera

4. Octoplugs

5. Máfia da Baixada

6. 16-bits

7. Vinil Laranja

8. Plug Ventura

9.Os Miguelittos SA

10. Barão Geraldo

11. Ruwa

12. Hebe e Os Amargos

13. Pata de Elefante (RS)



05/08

1. Meffista

2. Minerva

3. Inversa

4. Paris Rock

5. Aliados MCs

6. Tenebrys

7. Neurama

8. Malachai

9. Juca Culatra e Power Trio

10. Bobo da Corte

11. Amplificador de Brinquedo

12.Ultraleve

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Ah porra, é só o verão...


Eu até ia escrever sobre o verão, mas aí adoeci. Cantei a bola a semana inteira no trabalho, “vou adoecer bem no final de semana”. E logo nesse, que teve três dias pra mim (chefia liberou na sexta-feira), passei minhas horas de folga enfermo, alternando meu quase-cadáver sob a colcha que cobre a poltrona encardida do quarto, o lençol que meu amor adora tirar do colchão e a poltrona da sala.

Eu e minha gata doentões. Nessas horas a gente vê que o que padece é o amor e se enche de cuidados, chamegos e mão na testa vendo se a febre baixou. Gripe suína, não foi dessa vez, motherfucker! Mas a gente ainda pode se cruzar por aí nesse vai-e-vem de ar mal respirado.

Produtos como sucos, remédios, Halls, Mentos (sou fã de todos os produtos da Mentos), mel, própolis, comédias, Marisa Tomei e GTA San Andreas poderiam ser companhias perfeitas para uma pessoa doente. Mas nessas horas tudo o que se quer é dormir e não prestar atenção em nada. Olhe o céu, meu bem, olhe o céu.

E quando se resolve ir ao hospital é só para se deparar com a condição miserável dos outros e se achar um bosta. O que é uma gripe com uma tosse que dói toda a cabeça quando se tem uma senhora sangrando após uma queda, uma criança de 4 anos quase desmaiada e uma mulher que precisou de toda a equipe do hospital para uma sessão de reanimação. Não dava nem para reclamar da minha espera de uma hora e 26 minutos com apenas dois pacientes na minha frente. Felizmente o médico era boa gente. Primeiro médico gente boa dali. Aliás, ô hospitalzinho vagabundo essa Beneficiente Portuguesa! Lembro que uma vez, numa bela tarde de domingo, voltei lá para pedir que eles entrassem em contato com médica* que havia me atendido na manhã anterior, para ela dar novamente a receita que eu havia perdido. Nada feito. Não teve educação no mundo que os fizesse ligar para ela e pedir o nome de um remédio. Sai mandando todo mundo tomar no cu em alto e médio tom (tava fudido da garganta de novo). Tá certo que só tinha um casal na sala de espera, mas eu fiquei um bom tempo sem voltar lá com vergonha. É, esse sou eu, armo cagada mas me fodo de vergonha.

E hoje, terça-feira, completo cinco dias de molho! Espero que até o final dessa semana eu olhe pro céu, veja o quanto a tarde está linda e me ponha a falar do verão.



*Essa médica vale uma nota de rodapé. Jovem e elegante, a filha da puta me tratou como se eu tivesse 13 anos. “E você sabe que é feio fumar e beber né, Marcelo?”, “vai tomar esse remedinho e ficar em casa repousando, bem comportadinho, viu?”, “nada de refrigerante gelado por hoje, tá bom? Você vai ficar bonzinho logo logo”. Juro que balançava a cabeça e por debaixo da mesa, seguindo a dica do Allan Sieber, mandando ela às merda sem ela saber com um cotocão armado.



Aliás, a tira do Sieber:



sábado, 11 de julho de 2009

Top 5 de coisas que não poderia deixar de comentar

Michael Jackson: O cara morreu e mundo inteiro soube, muita gente lamentou e poucos não ligaram. Por isso não me senti na obrigação de escrever nada por aqui, até mesmo porque minha onda com o Michael Jackson foi com Moonwalker, que eu realmente acompanhei todos os passos (!), do cinema ao disco. Minha música favorita dele continua sendo Smooth Criminal.


Só achei que meu amigo Ismael Machado exagerou em sua coluna falando que a Michael andava meio esquecido e que não toca nas festas que ele freqüenta. Pô, foram poucas as festas que os CDs Off the Wall e Thriller não saiam de casa no meu case.


Só uma coisa que aviso: quando for o Roberto vai ser foda, eu realmente vou sentir. Mas quando for a Xuxa eu vou dar um tempo do País até a choradeira nojenta passar.



O Casamento de Rachel: Jonathan Demme nunca mais tinha dado as caras numa produção de cinema fodona. Resolveu aparecer com o drama familiar O Casamento de Rachel, em que Anne Hathaway faz Kym, uma ex-junkie problemática – dessas pessoas egocêntricas que você encontra em qualquer família clamando por atenção – que volta para casa depois de uma internação para o casamento de sua irmã, a tal da Rachel.


Demme voltou a investir em cinemão depois do sucesso da saga de Hannibal Letcher de 1991, com O Silêncio dos Inocentes e da pastelada de Philadelphia. O lance é que Jonathan Demme nunca parou. Pelo contrário, andou dando uma puta contribuição cinematográfica à obra de grandes nomes da música pop. Dirigiu vídeo clipes do New Order e The Pretenders, documentários sobre Neil Young e Bruce Springsteen e está terminando Marley, o documentário sobre o maior ídolo jamaicano fumador de erva.


O Casamento de Rachel tem uma cena que, para mim, foi uma das melhores surpresas da película: o personagem Sidney, noivo de Rachel (interpretado pelo músico Tunde Adebimpe, vocalista da excelente banda TV On The Radio) canta acapella a música Unknow Legend, de Neil Young, na hora do casamento.


Sei que posso estragar o filme para uma galera, mas foda-se, a cena é essa e me arrepia pra caralho:





Dinosaur Jr: O primeiro disco que comprei do Dinosaur Jr foi o Hand It Over, uma edição importada em promoção na loja Gramophone. Sabia que estava longe de ser o clássico da banda, mas hoje em dia consigo dizer que é meu disco favorito. Na quinta-feira, no Café com Arte, toquei a música Nothin’s goin on e concluí que de todos os discos que escutei dele, aquele para mim é o mais completo.


Fico feliz em saber que J. Mascis e Lou Barlow se acertaram e que estão envelhecendo como jovens dinossauros, como dá para constatar no vídeo de Forget the Saw já da volta da banda no programa de Henry Rollins. Sensacional a cabeleira branca e o sobrepeso de J. Mascis. Envelhecer pode ser uma coisa legal.


Sacaí a perfomances dos tiozões indies:





Promoção All Star Coverse: A Luly ano passado ganhou um tênis All Star Converse numa dessas promoções de Dia do Rock – aliás, uma data que ironicamente eu sempre deixo passar em branco. Esse ano fui eu. A pergunta era “Qual foi a coisa mais rock ‘n’ roll que você já fez na vida?”.


Depois de ler uma porrada de resposta bunda mole, de nêgo que ainda acha que ser roqueiro é ser indisciplinado, doidão, se chapar e contestar Deus e o mundo. O mais divertido ainda era ler a galera indignada por não ter sido escolhida. Fico imaginando a vida de uma pessoa dessas que perde tempo acompanhando um site diariamente e escreve comentários raivosos por não ter ganhado um tênis que custa R$ 60.


Enfim, minha reposta para a pergunta “Qual foi a coisa mais rock ‘n’ roll que você já fez na vida?” foi:


Ter travado o seguinte diálogo com meus pais aos 7 anos de idade:


- Pai, mãe, o que vocês estão ouvindo?

- Beatles, meu filho. Foram quatro rapazes que quase mudaram o mundo.

- E o que é isso?

- Isso é rock, meu filho. Agora fique calado e escute direitinho.



The Hangover: Finalmente assisti ao filme do ano, a comédia Se beber, não case (The Hangover), que ainda não estreou nos cinemas brasileiros mas reinou por duas semanas nas bilheterias norte-americanas como o filme mais visto. The Hangover conta a história de quatro amigos que vão para a despedida de solteiro de um dele em Las Vegas., os quatro brindam no terraço do Ceasar’s Palace e a próxima cena já é na manhã seguinte, que tem como cenário uma suíte presidencial totalmente detonada, com galinhas, bonecas infláveis, prostitutas saindo, um deles acordando sem dente, um tigre no banheiro e o noivo desaparecido. O resto do filme são os três tentando achar o noivo e descobrir que diabos aconteceu naquela noite de farra.


Sei que se você assistir o trailler vai querer baixar logo e não esperar a estréia nos cinemas da sua cidade:



segunda-feira, 6 de julho de 2009

Deixe as luzes acesas

Camillo Henrique e Wilson Japa, da banda Turbo


Em 2004 começávamos a dar corpo à idéia de reservar um espaço para bandas autorais em todas as festas da Dançum Se Rasgum Produciones. Nos anos de 2004 e 2005, as melhores bandas de Belém fizeram shows inesquecíveis nas festas quinzenais que promovíamos no Café com Arte. Lembro com carinho da moçada pulando e cantando músicas do Eletrola, Suzana Flag, Stereoscope e Madame Saatan, e todos empolgados com a idéia de que aquela era uma cena emergente que colocaria o rock paraense entre as principais cenas brasileiras – isso até vir o Vlad Cunha e sacramentar que o Pará não tem vocação para o rock e que ele é um zumbi se arrastando pelo esgoto e os caralho. Enfim, era uma época que achávamos que duraria para sempre.

De todas essas bandas, o Eletrola foi a única que realmente teve um fim, mas foi a que definitivamente marcou uma época. A banda era formada pelos irmãos Eliezer e Natanael Andrade, pela baterista Andréia e pelo guitarrista Camillo Henrique, que ao lado do Jayme, é um dos poucos heróis verdadeiros de toda essa cena. Comandados pelo polêmico – mas eficiente - produtor Alex “Corujinha”, a Eletrola rodou o Brasil com a banda tocando em festivais e nas casas de rock mais badaladas do País. Na volta, subitamente, acabaram com a banda, o produtor sumiu, os irmãos Andrade montaram o Johny Rockstar e Camillo Henrique montou o Turbo, a banda verdadeiramente rock que fez um dos shows mais divertidos de muitos que tiveram nas festas da Se Rasgum no Café com Arte.

Começou com uma conversa entre eu, Camillo e Fernando Rosa, em que eu explicava as festas mensais que tem rolado no Café com Arte com o objetivo de resgatar aquela putada rocker de anos atrás. Camillo me cortou: “Não é tão old school assim. Eu sou do tempo que ia para lá quando tinha show de rock pra assistir”. Depois disso, tudo o que me restava a fazer era chamar o Turbo para reviver esse clima. E o trio fez mais do que um show especial. Cheio de participações.


Começaram uma primeira parte acústica com ternos e enfeites de natal primorosos. Depois, já com as guitarras plugadas, iniciaram o showzão. A primeira participação foi da dupla Diego e Eric, da banda Aeroplano, que tocaram uma música da banda Invitro, outra que se dissolveu com o tempo. Depois a participação mais cretina da noite: eu. Subi ao palco com a banda que tem o Wilson, o baixista japonês mais astral de Belém, para tocar a canção “Rockeira”, do Turbo. Depois, Gustavo Rodrigues – meu parceiro na amizade, na Se Rasgum e na banda Presidente Elvis – para tocarmos as músicas “Tom Courtney”, do Yo La Tengo, e “Hash Pipe”, do Weezer. Foi divertidíssimo. Mas o que veio depois viria a ser um momento inesquecível da noite e, arrisco, do ano. Eliezer Andrade subiu ao palco e, junto ao Turbo, tocou três músicas da banda Eletrola.

E mais uma vez tava tudo lá: as pessoas bêbadas pulando e cantando os semi-sucessos “Quem”, “Revel” e “Não olhe pra mim”. E o show terminou com “Fator Yoko”, do Turbo, com um dos microfones na platéia sendo disputado por integrantes das bandas Sincera e Vinil Laranja para ajudar no refrão.

Depois do show, eu e Gustavo resolvemos fazer o convite ao vivo para que o Turbo participasse da programação do 4º Festival Se Rasgum, que ele prontamente declinou dizendo que a vaga deveria ser para bandas novas, que eles não tinham nenhuma novidade e que já haviam tocado em dois festivais. Apesar de eu ter parecido um empresário babaca empolgado com um show de rock, Camillão mostrou que antes de discursos prolixos, e-mails gigantescos, provocações mesquinha, politicagem e puxa-saquismo não fazem uma cena andar, mas sinceridade e a simples vontade de fazer um bom show com sua banda. Por aqui não tem ninguém querendo ser o novo AC/DC, mas não tem nada nem ninguém no mundo que os impeça de tentar.

Chego a quase concordar com meu amigo Vlad sobre esse lance de zumbis se arrastando pelo underground. Só que zumbis de um filme B legal, que todo mundo assiste, se diverte e fica numa boa.