“Não sou nem quero ser um gênio, desses que fazem história.
Eles são todos arrogantes. Do mundo são a escória
Não quero fazer tudo o que você faz.
Mais do que isso eu sei que não sou capaz”
(Mais do que isso - Superguidis)
Sabe quando um seriado que você gostava muito anuncia a última temporada? Ou quando está chegando no final de seu milkshake de Ovomaltine? E quando tem uma banda que você gosta muito que encerra as atividades antes de ter feito um grande show que você tenha visto? Mas e quando é uma banda que você não só conhece como virou bróder, promoveu um show, bebeu até de manhã e, lá no fundo, acreditou nela como a salvação de alguma coisa que não precisa ser salva? Foi com o mesmo pesar que recebi via Twitter a notícia do fim dos Superguidis, quarteto gaúcho com influências noventistas, letras divertidas e o charme da carapuça loser.
Em 2006 trouxemos a banda para Belém. Na última noite da estadia deles aqui, no sítio do Gustavo, Andrio, vocalista e guitarrista dos Guidis, nos acompanhou até de manhã tomando cerveja e tocando violão. Foi uma noite divertida e inesquecível aquela, que se seguiu de um showzaço e a gravação para um programa de TV no Ná Figueredo.
Ainda gostaria de ter visto mais um show deles |
Tem uma curiosidade mórbida a ser lembrada também. Em uma entrevista aos bróders do finado site Ressaca Moral, o guitarrista Lucas contou que a música O véio Máximo foi feita em homenagem ao seu avô, que infelizmente faleceu algumas semanas depois daquilo.
Há algumas semanas, lá em Belo Horizonte, o Fernando Rosa me contou de como rolou o seu festival El Mapa de Todos, em Porto Alegre. Fernando era, além de dono do selo que os lançou, um dos grandes entusiastas da banda. Falava dos “meninos” como se fossem filhos. Pensei nele quando li a notícia de que a banda acabou. Ele já deve ter se levantado de baques maiores e, pensando como ele pensa, acho que lamentar foi a última coisa que fez. Até porque estamos falando de uma grande banda, que lançou dois ótimos discos, mas que deixou alguns hits na história do rock brasileiro desse começo de século. Uma explosão juvenil, como bem definiu Fernando uma vez.
Vai aí um vídeo de despedida aos “guris” com a belíssima Mais do que isso: