terça-feira, 9 de junho de 2015

Eu, Cowboy




Hoje é o lançamento do primeiro romance do Caco Ishak, “Eu, Cowboy”.  Eu já li mais da metade – a outra terminarei no papel. É bom. Muito bom. Fiquei pensando porque diabos esse puto queria que eu escrevesse um release, se as aspas que ele usou para divulgar o evento são de calibres grossos da “nova” literatura brasileira como Marcelino Freire, Sergio Rodrigues e Mario Bortoloto. De qualquer forma, tentei escrever, mas esbarramos em questões legais que, depois, cabei perdendo o timming e marquei esse furo.

Apesar ser o primeiro romance, o caboquito goiano - radicado em Belém desde os 5 anos - já lançou dois títulos de poesias pela editora carioca 7letras: “Má Reputação” (2005) e “Não Precisa Dizer Eu Também” (2013). Esse último título já disse a ele que vou invejar para sempre.

Mas vamos falar de “Eu, Cowboy” (Editora Oito e Meio), que será lançado hoje e deve dar o que falar, já que Caco, como um bom escritor, é também um ótimo mentiroso. E essa é o melhor elogio e alerta que se deve dar. Ficar entre a mentira e a verdade é a parte divertida. Enquanto eu tive um cuidado fudido para criar todo o enredo ficcional e fazer com que ninguém se veja no meu romance (Iracundo), o Caco relaxou e contou o que a memória dele inventou. E vamos ficar com essa história de que a memória inventa porque é isso que deixa a literatura interessante, belê?

A medida em que vou lendo “Eu, Cowboy” percebo que, realmente, eu e ele fazemos parte de uma mesma geração, localizada em Belém, com as angústias dos quase 30 ou dos 30 e poucos, num período parecido, se reportando aos mesmos lugares – que de ficcionais não tem nada – e relacionando vidas e trejeitos comuns de um ser urbano da Amazônia e que de Amazônia não tem porra nenhuma.  

Lembro que quando comecei a escrever “Iracundo”, isolado lá em Montevidéu, o Caco também estava trabalhando no “Eu, Cowboy” dele. Me deu a primeira página. Dei minhas primeiras pra ele. O mais legal disso é que não houve qualquer relação e influência entre as duas coisas e acabamos lançando nossos livros quase ao mesmo tempo – o meu saiu em dezembro do ano passado.

Bem, é isso. Tava devendo um release. E como me foi pedido por ele, fica aqui esse não-release que espero que não comprometa o cara. O lançamento é hoje, às 19h, no Gotazkaen, a galera mais passo firme de Belém.



Nenhum comentário: