Hoje é o lançamento do primeiro romance do Caco Ishak, “Eu, Cowboy”. Eu já li mais da metade – a outra terminarei no
papel. É bom. Muito bom. Fiquei pensando porque diabos esse puto queria que eu
escrevesse um release, se as aspas que ele usou para divulgar o evento são de
calibres grossos da “nova” literatura brasileira como Marcelino Freire, Sergio
Rodrigues e Mario Bortoloto. De qualquer forma, tentei escrever, mas esbarramos
em questões legais que, depois, cabei perdendo o timming e marquei esse furo.
Apesar ser o primeiro romance, o caboquito goiano - radicado
em Belém desde os 5 anos - já lançou dois títulos de poesias pela editora
carioca 7letras: “Má Reputação” (2005) e “Não Precisa Dizer Eu Também” (2013).
Esse último título já disse a ele que vou invejar para sempre.
Mas vamos falar de “Eu, Cowboy” (Editora Oito e Meio), que será
lançado hoje e deve dar o que falar, já que Caco, como um bom escritor, é
também um ótimo mentiroso. E essa é o melhor elogio e alerta que se deve dar. Ficar
entre a mentira e a verdade é a parte divertida. Enquanto eu tive um cuidado
fudido para criar todo o enredo ficcional e fazer com que ninguém se veja no
meu romance (Iracundo), o Caco relaxou e contou o que a memória dele inventou. E
vamos ficar com essa história de que a memória inventa porque é isso que deixa
a literatura interessante, belê?
A medida em
que vou lendo “Eu, Cowboy” percebo que, realmente, eu e ele fazemos parte de
uma mesma geração, localizada em Belém, com as angústias dos quase 30 ou dos 30
e poucos, num período parecido, se reportando aos mesmos lugares – que de ficcionais
não tem nada – e relacionando vidas e trejeitos comuns de um ser urbano da
Amazônia e que de Amazônia não tem porra nenhuma.
Lembro que quando comecei a escrever “Iracundo”, isolado lá
em Montevidéu, o Caco também estava trabalhando no “Eu, Cowboy” dele. Me deu a
primeira página. Dei minhas primeiras pra ele. O mais legal disso é que não
houve qualquer relação e influência entre as duas coisas e acabamos lançando nossos
livros quase ao mesmo tempo – o meu saiu em dezembro do ano passado.
Bem, é isso. Tava devendo um release. E como me foi pedido por
ele, fica aqui esse não-release que espero que não comprometa o cara. O lançamento
é hoje, às 19h, no Gotazkaen, a galera mais passo firme de Belém.
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