sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Um encontro com Elvis

Lux Interior - 1946 - 2009


- É, mais um que se vai. E o Bruno e o Marrone bem de saúde aí.

- Pior. O Bello está aí, rico, solto e comendo aquela cavala.


A conversa com meu amigo Elvis Rocha era sobre a morte de Lux Interior, como era conhecido Erick Lee Purkhiser, vocalista do The Cramps, uma das mais divertidas, cultuadas e dançantes bandas de rock de todos os tempos. Lux morreu na quarta-feira, vítima de um ataque cardíaco. O homônimo de meu amigo era o grande ídolo de Lux e todo o Cramps.


Lux Interior montou o The Cramps com Poison Ivy – que veio a ser sua esposa – em 1972 e fez parte de toda uma era de bandas de rock do circuitão CBGB que influenciaram o rock ‘n’ roll mundial e é, até hoje, contagiante em qualquer pista de dança do mundo inteiro. Nesse meio em que “novas salvações do rock” entram e saem de cena, The Cramps sempre figurou num quadro de estrelas tão importantes quanto Ramones, The Who, Beatles, Sex Pistols e Stooges.


No começo do ano foi Ron Asheton, guitarrista dos Stooges, que também morreu vítima de um ataque cardíaco. O que me faz pensar em 2009 começou como “o ano em que o rock morreu”. Explode coração.


A morte de Lux Interior me faz lembrar um final de semana in love em um hotel antigo na frente da praia, onde ficou a única camiseta que tinha do The Cramps, que já não dava mais em mim mas ainda insistia em tê-la na esperança de um dia voltar a dar. A camisa ficou, o amor continuou e o Cramps se mantém na prateleira, sempre com seus discos requisitados para minhas discotecagens.


Aliás, hoje na despedida do Madame Saatan, farei uma discotecagem de despedida a Lux Interior.


Descanse em paz numa terra cheia de garotas de biquíni com armas na mão, ao lado de Elvis.

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