André Pazos e a hora de partir
Um dos motivos da existência deste blog foi a preguiça de escrever e-mails aos amigos e família enquanto estava no Uruguai. O pouco tempo que eu me dava para internet era reservado para outras coisas. Também, um dos motivos da minha paixão pelo Uruguai foi o filme Whisky, de Pablo Stoll e Juan Pablo Rebella, que assisti em Belém em 2005, um ano antes de conhecer Montevidéu. Já falei demais do filme aqui e não o citei na minha lista dos melhores da década - como o Godinho lembrou - com a desculpa de que ele entrará na lista dos melhores filmes da minha vida. É um filme sobre relações humanas, solidão e com três personagens fortes. Um deles era Jacobo, interpretado pelo ator André Pazos, que morreu na semana passada.
"Diga whiskyyyyy"
Recebi hoje um e-mail de uma amiga minha uruguaia falando da morte de Pazos, personagem principal de Whisky. Ele morreu aos 64 anos de um câncer que estava lhe consumindo há algum tempo, segundo o portal montevideo.com.uy. Pazos estava em Santiago de Compostela, na Espanha. Apesar de ter nascido na Espanha, ele se criou no Uruguai, país que lhe abrigou no grupo de teatro que ajudou a fundar, La Gavióta.
Assisti Whisky a cerca de duas semanas novamente. Comprei o DVD para dar de presente para o meu pai e acabei colocando para ver com a minha mãe, que captou o espírito da película retratando a solidão, as relações humanas e o humor sutil no meio de um enredo dramático . A edição brasileira vem com uma boa entrevista com os dois diretores, diferente do DVD uruguaio que tenho. Lembrei que essa mesma amiga que me mandou o e-mail de hoje tinha me arrumado o contato de Pablo Stoll, um dos diretores do filme, para que eu tentasse uma entrevista. Ele não topou, pois uma das minhas perguntas era como ele seguia sua produção cinematográfica após perder o amigo e parceiro Juan Pablo Rebella, que se suicidou uns anos após a realização de Whisky.
Rebella (braços cruzados) e Stoll, os diretores de Whisky
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