quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Sinto que minha sorte vai mudar



O maior problema de descer ladeira abaixo na rua do azar é que quanto mais se lembra disso, mais demorada fica a fase. Tenho vivido uma série de acontecimentos que deixam qualquer ser humano cabisbaixo, pensando na vida e entornando mais do que o normal. Pois é, além de ficar mais de um mês sem escrever aqui, ainda chego com notícias não tão boas. É um desabafo, mas não é deprê. Gosto de rir do destino, esse sacanão.

Acho que tudo começou com um pedaço de maminha lá em Marabá. No rodízio da churrascaria a bela peça de carne se mostrava sapeca, com um ar de devora-me a qualquer preço. “Mestre, tire essa parte aqui pra mim. Gordura sim, mas só na ponta... beleza, isso”. No que a garfada me trai, o pedaço ao invés de estacionar no meu prato, fez uma desastrosa escala em cima do iPhone. Tá, beleza. Risadas na mesa, iPhone sendo limpado e a maminha, enfim, no prato. Depois o que acontece? A gordura que escorreu pelo auto falante do telefone entupiu suas artérias e deixou a pessoinha lá do outro lado com o volume super baixo. Agora me diz como é que a porra do Steve Jobs não prepara o bicho para uma churracada?

Já em Belém, em uma dessas manhãs de trabalho, eis que aperto o alarme para destravar as portas do carro e percebo que o havia deixado aberto na noite anterior. Lá se foi o som e uns 12 CDs que me acompanhavam naquela semana. Fiz questão de não lembrar os títulos, mas de vez em quando me vem na cabeça um. O ladrão roubou meu boné também. Não me importei muito com o som ou o boné, mas os CDs foram foda. O vagabundo nunca vai saber o que é Neil Young, Cérebro Eletrônico, El Cuarteto de Nos e Manic Street Preachers.

Fora isso tem a desilusão no trabalho, as dificuldades de produção (tudo bem, essas sempre estiveram lá) e os vai e vem da querência. É, Morais Moreira, é nesse vai e vem que a gente se atrapalha. Mas aí tive uma atitude que pode, definitivamente, mudar o rumo das coisas. 

Uma vez alguém em uma mesa de bar apareceu com uma nota de dois reais com a esfinge da república maquiada de Kiss e com o nome da banda logo abaixo. A nota foi parar na minha carteira depois que convenci a pessoa a trocar por outros dois reais ordinários. Coloquei ali na carteira como um amuleto. A nota não me deu sorte em nada, mas também não deu azar. Mas como uma forma de me livrar da zica, passei adiante para o rapaz do estacionamento do meu banco.

Se a coisa melhorar eu começar a ganhar muito dinheiro juro que monto o Kiss Cover de Belém.





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