13 de março de 2008
Acordei eufórico. Uma alegria explosiva vinda de um sonho bom e a vontade de comer uma colega aí. A data do texto é essa mesmo, ainda estava em Belém cumprindo aviso-prévio e com a vontade de me mandar urgentemente. Na noite anterior fui acometido de uma insegurança e uma pré-angústia em largar todo o conforto da minha vida para me dedicar a um projeto que, sob os olhares de uma vida convencional e com os “pés no chão”, carrega um ar romântico, um devaneio da vida moderna presente somente em filmes americanos que retratam a angústia urbana.
(Às vezes eu acho que Deus dá algumas demonstrações de zelo pela raça humana e apoia decisões com cara de fajutas como a minha)
Era um sonho:
O cenário era Algodoal, a baratinada ilha bucólica que fica a três horas de Belém (de carro) e uns longos minutos de uma tortuosa travessia. Lá aconteceria um grande evento do qual eu, como produtor, havia sido convidado para assistir a algumas apresentações. Na chegada, me acompanha casualmente uma colega aí (a da vontade de comer) que estudou comigo no colégio em 1994, depois nos cruzamos pela faculdade e até fizemos uma viagem dessas (de universitário) juntos. Ela andava ao meu lado e nos auto-falantes do meu sonho - com a câmera acompanhando em take one – eu fazia uma narrativa tão brilhante que me fez duvidar piamente de que os sonhos são aquelas maluquices das obras do Dali e dos filmes do Buñuel. Só que, como todo filme e livro, sonhos também são interrompidos. Nesse caso por um despertar inconveniente. De qualquer maneira, eu não estava procurando desfecho nem uma intervenção do além.
Tenho uma relação mística com livros. Acho que eles vêm parar na minha mão na hora certa. Deixo-os à escolha do destino. Com cinema e música não. No caso dos sonhos, quem dera que pudesse escolher o que sonhar. Dormiria com o roteiro prontinho, escolheria o tema, o elenco e deixaria tudo num pacote em cima do par de tênis, esperando o Papai Buñuel. Assim, o despertar de toda a humanidade seria como foi o meu: eufórico, feliz e com vontade de comer alguém.
A felicidade é uma margarida negra nas mãos de um psicopata. Se o sangue das páginas policiais iria estancar eu não sei. Se a polícia viveria só de freela no horário do expediente, tanto faz. O mundo estaria caminhando para o fim de tanta perfeição. E isso seria uma merda.
Se desse para escolher a viagem dessa noite, queria uma aventura afro-erótica com uma negona selvagem. Pode deixar a direção comigo, mestre. Só me joga o enredo.
Bons sonhos.
2 comentários:
"A felicidade é uma margarida negra nas mãos de um psicopata"
"...queria uma aventura afro-erótica com uma negona selvagem"
Se prepara, meu caro. O Cedempa te pega na volta.
PS: Primeiro comentáriuo, UHÚ, vou ganhar um regalo na volta.
"A felicidade é uma margarida negra nas mãos de um psicopata"
Não te conheço, mas discordo plenamente!!!!
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