Foi numa tarde quente lá no residencial Biarritz, eu tinha 15 anos e tinha um violão Gianinni novo, desafinado e eu fingia que sabia tocar umas coisas. Ficava jogado à tarde toda depois da escola assistindo clipes na MTV e esperando meus favoritos da época: Give it away, dos Chilli Peppers, Pets, do Pornô for Pyros e Heart-Shaped Box, do Nirvana, recém estreado na programação. Na mesinha da sala, descansava meu boné preto com o “Nirvana – Nevermind” em azul na parte da frente. De repente, Gastão Moreira entra na programação e anuncia, em tom de tristeza, com estas palavras: “Notícia muito triste chegando na área. Kurt Cobain, líder do Nirvana, acaba de ser encontrado morto em sua mansão,
Desci e fui partilhar minha dor com a molecada do condomínio. “Pô, o Kurt Cobain morreu”, recebendo de respostas “Quem?”. Um dos moleques mais velhos sabia quem era, e comentou: “é, moleque, muito pó!”. Senti como minha mãe perdendo o Elvis, como o mundo perdendo Lennon. Um ano antes, já de antenas levantadas para o que cabia dentro da categoria rock ‘n’ roll, havia escutado Lithium, do Nirvana, dentro de um ônibus indo para a escola. Não lembro o que pensei, sei que os gritos que o cara eram muito loucos. Daí fui lendo, me informando, vendo MTV e ganhando um ídolo que nem tive muito tempo de seguir os passos. Daí então veio o CD do Nevermind parar em minhas mãos. Acho que meu pai comprou. In Utero veio depois da morte de Cobain. E depois, até meus pais prestaram atenção no Nirvana Unplugged que assistia insistentemente em uma fita VHS que gravei da MTV.
É claro que depois teve toda a presepada de deixar meu cabelo crescer, usar as camisetas mais surradas, jeans rasgado e tênis All Star, além das duas camisetas que tinha: uma da capa do In utero e outra de um smile com um tiro na testa. No entanto, o visual e a idolatria acabaram me aproximando de amigos que tenho até hoje, como a Mariana e o Gustavo, que em momentos distintos se tornaram meus grandes amigos pelo elo cobainístico que nos unia. “Quando eu crescer, meu filho vai se chamar Kurt”, dizia a Mariana. Há alguns meses nasceu o Ian (homenagem ao Ian Curtis, outro ídolo). Mas Mariana ainda é jovem e terá mais filhos...
Domingo, 5 de abril, Kurt Cobain faz 15 anos de morto. Francis Bean é a cara de Kurt. Courtney virou viúva alegre e ama os holofotes da fama. E, agora, tenho 30 anos – três a mais do que ele tinha quando se matou – e vejo que essa foi minha geração, os anos 90 e o ídolo que ela deixou, e que vai permanecer sempre, como um memória antiga, as an old memory.
7 comentários:
Porra, eu acho que ainda nao tinha visto foto da guria. Eh a lata dele mesmo.
Damaso, eu quero ver uma foto tua de cabelo comprido.
Ah, otima lembranca do Pets. Faz tempo que nao ouco e acho que nunca vi o clipe.
Sei que deves achar isso uma bichice, mas dá uma olhada numa supresinha pra ti no meu blog.
beijins!
“é, moleque, muito pó!”
HAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHA
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHA
HAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAAH
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAA
Kurt Cobain é e sempre será um cara MUITO EXPRESSIVO...e é possível perceber que...quando você escreveu esse texto,ele estava em sua cabeça...Parabens...#S
ASS:Alan "Grohl"
cara eu tenho 13 anos de idade e desde os 6 anos eu so louco pelo kurt cobain , ele é meu idolo e sempre sera ....:(
pq sera q ele se matou até hoje eu nao sei isso .....
c poder me responda
porque o nome dessa página é 0-21-false-false-false?
c poder me responda
Blz de homenagem... eu comecei a curtir o Kurt só há 10 anos, mas hoje ele supera todos os caras que tenho como ídolo
O cara arrebatou uma geração, tirou os pops do topo. O mundo do rock foi modificado depois do Nirvana.
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