No avião, de saco cheio da viagem de quase nove horas entre aeroportos e escalas para chegar em Belo Horizonte, apelei para flagras da vida comum. Aquela coisa de observar para depois escrever. Tirei o fone do ouvido para ouvir a molequinha que devia ter uns quatro anos de idade e viajava com os pais pela primeira vez de avião. "Mãe, as nuvens não são de algodão?". Sorri com a inocência e fechei os olhos para tentar dormir.
Era para a cena acabar aí. Mas a menina ficava empurrando a minha poltrona com os pés, tornando sua atitude de angelical para infernal em menos de cinco minutos. Dei aquela olhada antipática para trás, a mãe a repreendeu, mas depois a pestinha continuou. O que era para render um texto florido e cheio de belezura virou um pau-de-arara do caralho no boing da Tam. Depois, a aeromoça passou com o carrinho servindo as pessoas e me ignoraou como se eu fosse um fantasma. Ou me olhou e pensou "nah, tá muito gordo esse aí". Aeromoça que além dos sorrisos fake e da educação plástica ainda é controladora de peso do avião. No melhor estilo boçal-babudo-puto-com-o-voo, chamei: "EEEEEI!". "Oi, o senhor aceita?", "o que tu achas?". O suficiente para reinar absoluto como o André Matos de voo doméstico, prestes a explodir se visse o Pelé.
E aí a Tam proíbe que se use o Iphone no avião. E aí, o que eu ia fazer com a temporada inteira que coloquei lá justo para a ocasião? Liguei. O que ela ia fazer agora, me colocar pra fora ou pedir para desligar e encarar mais uma dose de antipatia? E então finalemente dormi vendo o Peter Griffin barbarizar com um humor tão negro que às vezes me sinto culpado de rir.
3 comentários:
Se tiver no modo avião, não tem onda. Crítico mesmo é decolagem/pouso. De resto, é medinho que os caras colocam. Abs.
Não, amigão, não tem modo avião na TAM. Na GOL é que pode.
Peraí, mas na Tam eles servem até lanche do meio da tarde com direito a PÃO. Na gol é só amendoinzinho barato. Mas realmente isso não faz tanta diferença se a aeromoça se recusa e servir você. hehehe.
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