Domingo não é dos melhores dias para amargar a realidade de uma neo-vida solteira. É quando bate a carência e uma certa saudade que, se procurar a fundo, é mais uma questão do conforto de um carinho companheiro e um sexo amistoso, aquele de deixar a letargia dominical mais prazerosa.
Raramente acordo sem ressaca e vontade de vegetar na cama com as articulações detonadas da noite anterior. Não há solidão que a boêmia não compre. Uma hora bate a crise, mas aí basta ir ao cinema ou almoçar com os amigos e a vida volta para o ponto de partida. O balanço da semana vira algo subconsciente e a agonia de encarar os próximos dias arrepia a alma. Quando o saldo da noite anterior é negativo ainda tem a dureza de encarar o fracasso na frente do espelho. Quando é positivo a história é completamente outra. Aliás, se tivesse saldo positivo, tudo escrito acima seria desprezado.
As vantagens de uma vida all by myself são grandes, ainda mais quando se rompe uma relação sem mágoas, mas as pequenas recaídas podem ser catastróficas. Enfim, já falei muito da minha vida pessoal e, como sempre fui contra o blog se tornar um diário, vou mudar o rumo da narrativa e falar do que provocou a letargia dominical.
Noitada de rock ‘n’ roll como têm sido as festas mensais da Dançum Se Rasgum. A de ontem teve um sabor especial pra mim, pois estava na fissura de comandar a pista de casa desde abril. Meu set levou desde Left Behind - música que não consigo parar de escutar do novo Cansei de Ser Sexy – a Real wild one, do Iggy Pop. Baixaria da pesada na pista com uma série de funks gaúchos, pops constrangedores e a atemporal Puteiro em João Pessoa, dos Raimundos. Foi como um daqueles melhores momentos entre 2004 e 2006 das festas que reuniam um monte e amigos e pessoas entediadas com a falta de opção de Belém. Hoje, depois que a Dançum Se Rasgum iniciou essa ordem de festas regulares, uma nova moçada surgiu. Atualmente, Belém acaba tendo um bocado de opções para os outsiders e moderninhos, pena que alguns tocando mais dos mesmos.
Toda essa opção me leva a crer que os domingos são lacunas que, sabendo planejar, podem ser preenchidas com boa companhia e um bom programa. E não são todos os domingos que vou ter que encarar a expressão de loser no espelho. E aí, meu amigo, vou poder dizer que uma estrada solitária é do caralho!
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